Fragmentos da Alma | Cristiane Miranda, Yunara Chita e Alicia Neto | Edições Burity | Lançamento em Fevereiro de 2019

Ser criança ainda, neste caso adolescentes, decidiram partir para a aventura de escrever, sonhando como se sonha nessa idade, esgrimindo sonhos ingénuos e fantasias deliciosas como só sente quem nas suas idades se encontra, desenham com palavras tudo isso, poemas muito bem desenvolvidos para a tenra idade que ainda possuem, mas, dando já indicadores do que as poderá esperar: “poetas de alma cheia!”. No decorrer dos cerca de 52 poemas encontra-se a afinidade com a poesia no seu mais estrito sentido. Poemas profundos e sentidos como de facto a poesia nos ensina, que nos levam em viagens e sonhos, delírios e passeios na verdade que a vida nos dispõe vivenciar. Demonstram ainda e muito cedo, a dor de se amar e também o quanto é belo o amor. São três meninas, que juntas, partem para um livro que certamente lhes ficará na memória, o orgulho dos pais e dos amigos, e acima de tudo, dos leitores, que irão encontrar neste livro como se pode, desde que a arte de escrever já nos começa a “incomodar”, a coragem de as explanar num livro aberto a todos os leitores do país e do mundo.

Felicidades promissoras escritoras!

Vítor Burity da Silva

Uma Lágrima que Cega | Casimiro de Brito | Apresentação, sábado, 15-12-2018, 18 horas na Livraria Férin, Lisboa

Amanhã, sábado, será apresentado às 18 horas na Livraria Férin (junto da Fnac-Chiado) o meu novo romance “Uma Lágrima que Cega”. O prazer que vou ter em encontrar alguns dos meus amigos daqui… Venham. Ofereço-vos um fragmento do meu romance:

O que queres fazer? Onde queres jantar? Italiano, francês, cipriota? O que queres que eu faça? Saímos? Ficamos em casa? Na cama? Precisas de alguma coisa? Pouco de pouco me basta e ela, que tanto é, mais ainda me quer dar, destinar. Atenta aos meus desejos mais velados, a ler-me, a tocar piano, a escutar-me, a desejar conceder-me o que desejo, se desejo alguma coisa, que nada peço, que me deixo somente ir na onda, enfim, pouco mais que nada. O teu nada é quase tudo, dizia-me Tessa, há vinte anos. Pesa. Hoje, ainda na cama, perguntei-lhe se ainda tocava. Líamos, vagueavamos no corpo do outro. E logo se levantou, nua e fresca, levou-me pela mão para a sala de música, sentou-se ao piano, um Bösendorfer de 1975, exactamente da sua idade e perguntou-me, Queres escolher? e meteu- me nas mãos um caderno com partituras de Mozart.

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O assassinato de Sidónio | por José Maltez

Faz hoje cem anos que matámos Sidónio, dez anos depois de matarmos o rei, com o príncipe real, e três anos antes de matarmos o chefe do governo e o fundador da república. O regicídio produziu os republiquicídios. Simples.

Não faço a hagiografia do irmão Carlyle, mas revoltou-me, hoje, ouvir, na rádio, os insultos que lhe foram movidos por um pretenso historiador-mor do regime, com o mesmo ódio que causou a balbúrdia sanguinolenta. A mesma literatura de justificação do violentismo que levou ao assassinato de Humberto Delgado, em 1965.

Sidónio merece o respeito da história, até porque, na Constituição de 1976, usámos o presidencialismo de que ele foi precursor, tal como a prática do sufrágio universal, em que se empenhou. Aqui o deixamos, em pleno dezembrismo, ao lado de Alberto de Moura Pinto, seu ministro, republicano de sempre e ativo resistente ao salazarismo.

José Maltez

Retirado do Facebook | Mural de José Maltez

CITAÇÕES | in DICIONÁRIO SENTIMENTAL DO ADULTÉRIO | by FILIPA MELO

1) – A fantasia, motor da infidelidade, ocupa-se em tornar-nos criativos. A imaginação estimula a mentira, que, quando bem-sucedida, nos  dá liberdades inimagináveis. Mentir é descobrir opções. O segredo faz o resto. No adultério, as variações de nós mesmos são infinitas.

2) – Os homens casam-se por cansaço. As mulheres, por curiosidade. Ambos se desiludem.

Lord Henry, em O Retrato de Dorian Gray, 1890.

3) – Nada mais glorioso do que a devoção de uma mulher casada – o que o homem casado desconhece completamente.

Cecil Graham, em O Leque de Lady Windermere, 1892.

in DICIONÁRIO SENTIMENTAL DO ADULTÉRIO | FILIPA MELO, autora