Fórum do BCE: visto de Sintra, o futuro imediato da energia é tudo menos risonho

Diretor da agência europeia de reguladores de energia aconselha cautela nos planos para cortar laços com a Rússia. Em Sintra, no Fórum do BCE, Christian Zinglersen invocou um ditado dinamarquês: “não vendas a pele do urso antes de ele ser morto”. “Estabilizar a inflação será difícil”, acrescentou a professora norueguesa Hilde Bjornland.

“Esta é uma mensagem impopular, mas é um apelo ao pragmatismo, e segue um ditado que temos na Dinamarca: não vendas a pele do urso antes de ele ser morto”. A declaração surgiu em jeito de aviso, da parte do dinamarquês Christian Zinglersen, diretor da ACER, a agência da União Europeia que promove a cooperação entre reguladores de energia. Zinglersen falava sobre a hipótese de tomar medidas precipitadas que mexam com a oferta e procura de energia, em particular de gás natural, já que esse tipo de intervenções “podem causar maior pressão nos preços”.

Zinglersen, falando no Fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, sublinhou que “o choque energético atual é sobretudo motivado pelo gás natural”, cujo aumento de preços “originou preços muito elevados de eletricidade”. E, alertou o diretor da ACER, a Europa ainda vai precisar de gás durante muito tempo, pelo que será prudente gerir com cautela a relação com aquele que ainda é um dos grandes fornecedores deste combustível, a Rússia.

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