Rússia suspende participação no tratado de desarmamento nuclear | in DN/AFP, 21 Fevereiro 2023

O Novo START, assinado pelo então presidente Barack Obama em 2010, restringiu a Rússia e os Estados Unidos a um máximo de 1.550 ogivas nucleares estratégicas implantadas cada um – uma redução de quase 30% em relação ao limite anterior estabelecido em 2002.

Vladimir Putin anunciou esta terça-feira que Moscovo vai suspender a sua participação no último tratado de controlo de armas entre as duas principais potências nucleares do mundo, a Rússia e os Estados Unidos.

Este anúncio deverá ser visto por analistas como uma grande tentativa de aumentar as apostas no confronto da Rússia com o Ocidente. “Tenho a anunciar que a Rússia está a suspender a sua participação no novo tratado START”, disse Putin no seu discurso sobre o Estado da Nação. “Não está a retirar-se do tratado, mas está a suspender a sua participação”, disse o presidente russo. “Ninguém deve ter a ilusão de que a paridade estratégica global pode ser violada”, disse Putin.

Este anúncio surge depois de Moscovo ter dito em agosto que estava a suspender as inspeções dos EUA nas suas instalações militares sob o Novo START. Putin explicou na altura que esta era uma resposta à obstrução americana de inspeções pela Rússia, uma acusação negada por Washington.

Vladimir Putin fez repetidamente ameaças veladas de usar armas nucleares na Ucrânia, revivendo os temores da era da Guerra Fria. Esta terça-feira, ele também acusou os EUA de “desenvolver novos tipos de armas nucleares” e avisou que se os Estados Unidos realizarem testes de novas armas nucleares, a Rússia fará o mesmo.

O líder russo encarregou o Ministério da Defesa e a empresa de energia nuclear do estado de Rosatom de garantir a “prontidão” do país para realizar testes de armas nucleares. “É claro que não seremos os primeiros a fazer isso”, acrescentou.

O Novo START, assinado pelo então presidente Barack Obama em 2010, restringiu a Rússia e os Estados Unidos a um máximo de 1.550 ogivas nucleares estratégicas implantadas cada um – uma redução de quase 30% em relação ao limite anterior estabelecido em 2002. O acordo foi ratificado em 2011.

O atual presidente dos EUA, Joe Biden, logo após assumir o cargo, estendeu o Novo START por cinco anos até 2026, dando tempo para negociar e preservando o que o governo democrata vê como um importante tratado existente.

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