A democracia nasceu sexista: de Aristóteles à arena política de hoje | Temas e Debates, Grupo Bertrand Círculo

«O homem é capaz de determinar o que fazer. A mulher, cuja faculdade deliberativa
é inválida, não sabe resolver-se. O homem tem uma inclinação para dirigir. A mulher
acomoda-se à submissão. O homem é um animal político. A mulher, um animal
doméstico.»

Lisboa – 15 de fevereiro de 2023 – Aristóteles, Tomás de
Aquino e Jean-Jacques Rousseau. Três grandes
pensadores, uma longa história de preconceito. Em O
Poder das Mulheres, que a Temas e Debates publica a
3 de março, Giulia Sissa documenta as razões da não
inclusão das mulheres na atividade democrática,
traçando uma interessantíssima história cultural que
culmina no mundo democrático de hoje.


Do ponto de vista do liberalismo moderno, a democracia
antiga é profundamente antidemocrática. A mulher da
Antiguidade não era admitida ao direito de cidadania.
Considerada impotente, irracional e imprevisível, não tinha
lugar na arena política. A sua faculdade deliberativa, afirmava
Aristóteles, era «inválida».

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Maria do Rosário Pedreira vence Prémio do festival Correntes d’Escritas 2023

Lisboa, 15 de fevereiro de 2023

É com alegria e emoção que a Quetzal informa que
O Meu Corpo Humano – o regresso de uma das grandes vozes da poesia portuguesa – foi
hoje distinguido com o Prémio Literário Casino da Póvoa, como foi anunciado na sessão inaugural da edição do festival Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.
Ao fim de alguns anos de silêncio, Maria do Rosário Pedreira voltou à poesia com um
livro belíssimo, que se pode ler como uma aula ou um comentário de anatomia. A arquitetura de O Meu Corpo Humano liga cada uma das emoções, memórias e sensações a
uma parte do corpo ou a determinados órgãos: da cabeça aos rins e aos tornozelos, dos
olhos às mãos e ao coração, há uma relação entre as partes do nosso corpo – e o
sofrimento e a redenção que habitam a nossa vida, a nossa memória e as marcas que
deixamos ao passar.
Este ano, o Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de vinte mil euros, foi dedicado à poesia e contou com 11 finalistas.

Sobre a autora:
Maria do Rosário Pedreira nasceu em Lisboa em 1959. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa. Depois de uma breve passagem pelo ensino, ingressou na carreira editorial, sendo
hoje editora de literatura portuguesa. Começou pela ficção juvenil com duas coleções adaptadas à televisão e que venderam cerca de um milhão de exemplares. Embora tenha publicado um romance e contos dispersos em revistas e antologias, é sobretudo conhecida como poeta, tendo publicado quatro livros, hoje coligidos na sua Poesia Reunida, publicada
pela Quetzal em 2012 e distinguida com o Prémio da Fundação Inês de Castro. Está traduzida em várias línguas e publicada em volumes independentes, revistas e antologias de diversos países. É ainda autora de letras para fado e canções, e
publicou uma biografia de Amália Rodrigues para crianças. Tem um blogue dedicado aos livros e à edição, Horas Extraordinárias, que mantém desde 2010. Escreve regularmente crónicas para a imprensa, algumas delas reunidas no livro Adeus,
Futuro, publicado pela Quetzal em 2021. No final de 2022, a Quetzal lançou Esse Fado Vaidoso, antologia da poesia que
mudou a voz dos portugueses através do fado, organizada com Aldina Duarte