Como é possível à gente da minha terra “quaresmar”? | José Alberto Catarino

Como é possível à gente da minha terra – Cardigos (Mação) “quaresmar”?

A gente vai de passagem pela sede de freguesia (Cardigos), entra num estabelecimento comercial “ao acaso”, para cumprimentar um familiar, e sai carregado de pecados mortais (qual Quaresma qual carapuça):
1) – a melhor morcela do país, ali do lado, de Vale da Urra – (Vila de Rei) boa. Boa boa boa … daquelas que sabem verdadeiramente a cominhos!
2) – uma farinheira de “cair para o lado” feita mesmo ali em Cardigos. Comer e chorar por mais (na dúvida compram-se várias para não ter de ficar a chorar por mais).
3) – o pão de Cardigos. Verdadeiro “pecado mortal” (sempre que eu dizia às minhas doentes que eu era de Cardigos vinha sempre a mesma resposta: “Ah, é a terra do meu padeiro!”). Este pão não é carne, mas não deixa de ser pecaminoso porque atrai a gula (a gente ouve o pão a chamar pela manteiga … pelas azeitonas … a gritar; “transformem-me em açorda!”
4) – e quando pensamos que o demo larga por ali do nosso pé … aparecem as tijeladas de Abrantes (agora já feitas ali ao lado, no Azinhal). E ficamos com pecados suficientes para esgotarmos as hipóteses de ainda pensar no Purgatório. É direitinhos ao Inferno.
– ( só faltou um plangaio de Proença-a-Nova, mas esses há 50 anos que não lhes ponho o dente em cima …

Abençoada terrinha!

Zalberto Catarino

Retirado do Facebook ! Mural de Zalberto Catarino

A qualidade global do SNS – Serviço Nacional de Saúde | António Ribeiro

Há quem ponha em causa a qualidade global do SNS a propósito do Coronavirus. Mas uma observação atenta da realidade desmente essa crítica, que é politicamente enviesada e ideologicamente preconceituosa. A abordagem ao surto tem sido eficaz e, acima de tudo, não discriminatória. É fácil criticar, mas este é um país pobre onde muitíssima gente nem sequer contribui para aquilo que consome no SNS. Aliás, o nosso SNS dá excelentes respostas à paridade do poder de compra europeu. Isto é, mal-grado os inevitáveis descontentamentos, alguns justificados, temos muito mais out-puts em termos de resultados do que in-puts para o Serviço. Em matéria de Saúde, Portugal é uma espécie de Escandinávia com pouco dinheiro, mas que funciona. Os adeptos do “antigamente” deviam recordar as antigas “Caixas” e a forma como se morria nos hospitais. Não havia tratamentos adequados, mas morria-se com o consolo de um crucifixo por cima da cama, sem biombo nem coisa nenhuma que resguardasse a privacidade. Tenham algum discernimento nessa análise negativa, porque as pessoas que iam à Caixa eram muito mal tratadas e não voltavam de lá para casa num Mercedes. Ou já se esqueceram de como morreram os vossos Avós. Uma coisa que me irrita neste país é que anda muita gente a fingir que a família era rica há 200 anos. Veneram os antepassados, mas muitos nem sabem quem eram, ou como viviam

António Ribeiro

Retirado do Facebook | Mural de António Ribeiro