Carta de Paris: O imprevisível amanhã | in Carta Maior

Escritores de várias nacionalidades refletem sobre o mundo antes e pós-coronavírus | Por Leneide Duarte-Plon | 25/03/2020

« De quoi demain sera-t-il fait ? » (De que o amanhã será feito ou O que será o amanhã ?) perguntou Victor Hugo num poema. Ele continua : « O homem hoje semeia a causa. Amanhã, Deus faz amadurecer o efeito ».

O filósofo Jacques Derrida e a historiadora da psicanálise Elisabeth Roudinesco retomaram a pergunta do poeta, abreviando-a, para intitular o livro « De quoi demain… », em forma de diálogo, lançado na primeira semana de setembro de 2001.

Estimulante e abrangente, o diálogo gira em torno de temas políticos e filosóficos que resumem as interrogações de dois intelectuais sobre o século que se iniciava. A conversa termina com um elogio da psicanálise : somente levando-se em conta o inconsciente e a pulsão de morte podemos compreeder as desordens do mundo e restituir uma sociedade humana onde a abertura aos outros seja uma realidade.

Mas apenas alguns dias depois do lançamento do livro nas livrarias francesas, o 11 de setembro veio provar que o amanhã, de que falou Victor Hugo e sobre o qual se interrogavam Derrida e Roudinesco, é totalmente imprevisível.

Quem poderia prever o que se passou no dia 11 de setembro de 2001 ?

O mundo nunca mais foi o mesmo depois que a potência hegemônica se descobriu vulnerável, em estado de choque.

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