1) As mulheres de Picasso | Retrato de Fernande Olivier + Retrato de Eva Gouel

Pablo Picasso (1881-1973) tinha 23 anos quando conheceu Fernande Olivier na cidade de Paris. Fernande era artista e modelo vivo, e posou para diversas obras da Fase Rosa do artista, inclusive na famosa obra “Les Demoiselles d’Avignon“. Picasso teria pintado cerca de 60 retratos de Fernande. Foi a única mulher de Picasso que o conheceu antes da fama. Ela esteve envolvida com Picasso por 7 anos e, mais tarde, escreveu um livro – “Loving Picasso” – sobre esse período afetivo, que só foi publicado em 1988.

Já rico e afamado, Picasso deixou Fernande por Marcelle Humbert, conhecida como Eva Gouel, a quem chamava de “Ma jolie“. Foi a segunda companheira e musa de Picasso, durante  sua época cubista, de 1911 a 1915. Eva faleceu precocemente aos 30 anos, em 1915, em decorrência de tuberculose e câncer, deixando o artista completamente devastado.

“Retrato de Fernande Olivier”, por Picasso. 1906.

“Retrato de Eva Gouel”, de Picasso

Miguel Esteves Cardoso e o SNS

Não é difícil chegar à conclusão, atingida desde os meus dezanove anos, de que as melhores ideias de todas são a social-democracia e o Estado-providência: não tanto no sentido ideológico, mas na prática.(MEC)

“Se não fosse o NHS – o sistema de saúde do Reino Unido, onde nasceram, muito prematuramente, as minhas filhas – elas não teriam sobrevivido. Elas devem a vida ao NHS. E eu devo-lhe o amor e a alegria de conhecer a Sara e a Tristana, para não falar no meu neto, António, igualmente devedor, mais as netas e netos que aí vêm.

Se não fosse o SNS (Serviço Nacional de Saúde) eu teria morrido em 2005, com uma hepatite alcoólica causada unicamente por culpa minha. Seria também coxo, quando me deram uma prótese para anca. E, sobretudo, teria morrido, se o SNS não me tivesse dado o antibiótico caríssimo (Linozelid) que me salvou do MRSA assassino que me infectou durante a operação.

Se não fosse o SNS, a Maria João, o meu amor, estaria morta. Se não fossem o IPO e o Hospital de Santa Maria, pagos pelo SNS, ela não estaria viva, por duas vezes.

Sem a NHS e o SNS, eu seria um morto, sem mulher, filhas ou netos. Estaríamos todos mortos ou condenados à inexistência.

Não é difícil chegar à conclusão, atingida desde os meus dezanove anos, de que as melhores ideias de todas são a social-democracia e o Estado-providência: não tanto no sentido ideológico, mas na prática.

A nossa família e as nossas famílias só existem e podem existir se não tiverem morrido. Damos graças aos serviços nacionais de saúde – a esse empenho ideológico e caríssimo – que nos tratam como se fizéssemos parte deles.

Devemos as nossas vidas a decisões políticas tomadas por outros.”

Miguel Esteves Cardoso

Retirado do Facebook | Mural de António Ribeiro

29 de Abril de 1945: II Guerra Mundial. O 7ºExército dos EUA liberta o campo de concentração de Dachau.

O campo de concentração de Dachau foi o primeiro criado pelo governo nazi. Heinrich Himmler, chefe da polícia de Munique, descreveu-o oficialmente como “o primeiro campo de concentração para prisioneiros políticos”. Foi construído nas dependências de uma fábrica de munições abandonada, a cerca de 15 quilómetros a noroeste de Munique, no sul da Alemanha.

Dachau serviu como protótipo e modelo para os outros campos. Tinha uma organização básica, com prédios desenhados pelo comandante Theodor Eicke. Dispunha de um campo distinto, perto do centro de comando, com salas de estar, administração e instalações para os soldados. Eicke tornou-se ainda o inspector-chefe para todos os campos de concentração.

Cerca de 200 mil prisioneiros de mais de 30 países foram “hospedados” em Dachau, dos quais aproximadamente um terço era judeu. Acredita-se que mais de 35.600 prisioneiros foram mortos no campo, principalmente por doenças, má nutrição e suicídio. No começo de 1945, houve uma epidemia de tifo no local, seguida de uma evacuação em massa, dizimando boa parte dos prisioneiros.

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The Russell-Einstein Manifesto | Issued in London, 9 July 1955

Retirado do facebook | Mural de Ana Filgueiras

“Apelamos enquanto seres humanos para seres humanos:

Lembrem-se da vossa humanidade e esqueçam o resto” ❤️

A Diana Andringa, em tempo infelizmente oportuno, tem vindo a lembrar o Manifesto Russell-Einstein, lançado em Londres , por Russell e Einstein, a 9 de julho de 1955, em plena Guerra Fria. Um apelo humanista ao fim da guerra, e do fabrico e uso de armas de destruição maciça, assinado por onze importantes cientistas e intelectuais . Alertavam então a comunidade internacional para os perigos da proliferação de armamento nuclear, e aos líderes das principais potencias nucleares para a urgência de soluções pacíficas para os conflitos internacionais. É hora de o relembrar…

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Albert Einstein e Bertrand Russel:

“Here, then, is the problem which we present to you, stark and dreadful and inescapable: Shall we put an end to the human race or shall mankind renounce war?”

In the tragic situation which confronts humanity, we feel that scientists should assemble in conference to appraise the perils that have arisen as a result of the development of weapons of mass destruction, and to discuss a resolution in the spirit of the appended draft.
We are speaking on this occasion, not as members of this or that nation, continent, or creed, but as human beings, members of the species Man, whose continued existence is in doubt. The world is full of conflicts; and, overshadowing all minor conflicts, the titanic struggle between Communism and anti- Communism.
Almost everybody who is politically conscious has strong feelings about one or more of these issues; but we want you, if you can, to set aside such feelings and consider yourselves only as members of a biological species which has had a remarkable history, and whose disappearance none of us can desire.
We shall try to say no single word which should appeal to one group rather than to another. All, equally, are in peril, and, if the peril is understood, there is hope that they may collectively avert it.

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Mestiçagem e desmitificação do discurso eurocêntrico | por Adelto Gonçalves

I 

Terceiro livro do professor Sebastião Marques Cardoso, Poéticas da mestiçagem – textos sobre culturas literárias e crítica cultural (Curitiba, Editora CRV, 2014) resume a clivagem que o autor fez em seus estudos a respeito da literatura brasileira a partir do conhecimento de textos de autores oriundos de países africanos de língua oficial portuguesa, o que se deu, em 2009, quando, já doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), atuou como leitor na Embaixada do Brasil na Guiné-Bissau com bolsa oferecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação. À época, auxiliou na docência e na administração da Universidade Amílcar Cabral (UAC) e tornou-se o primeiro assessor científico daquela instituição, na ocasião, partilhada com a Universidade Lusófona da Guiné (ULG). Hoje, a UAC, pública, e a ULG, particular, não estão mais interligadas. 

Se durante o período da graduação, do mestrado e do doutorado, Cardoso optou pelo estudo de personagens anônimos da literatura brasileira, considerando-os “figurinos” em João do Rio (1881-1921) e “anti-heróis”, em Oswald de Andrade (1890-1954), a partir da experiência africana ampliou suas reflexões críticas, estudando principalmente a obra do guineense Abdulai Sila (1958), autor de Eterna paixão (1994), que é considerado o primeiro romance de seu país. Como observa o professor Benjamin Abdala Junior, da USP, no prefácio que escreveu para a obra, nestes estudos sobre poéticas da mestiçagem há “reflexões atuais sobre as bases críticas da formação de nosso imaginário nacional e também sobre as que se desenharam nos países africanos de língua oficial portuguesa, na particularidade da Guiné-Bissau”. 

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