Mais de três toneladas de ouro russo foram importadas para a Suíça no mês passado. A primeira desde o início da invasão.

Madeira, cimento, caviar: tomando um Pacote de sanções da UE Em abril passado, a Suíça proibiu a importação de uma série de mercadorias que eram uma importante fonte de renda para a Rússia. O ouro, no entanto, não estava na lista.

Ainda assim, a compra de ouro russo tornou-se um tabu desde o início da guerra na Ucrânia. A London Bullion Market Association, autoridade que supervisiona o mercado global de barras, removeu os fabricantes russos de sua lista de acreditação após a invasão.

Desde então, a maioria das refinarias desistiu de aceitar ouro da Rússia. A Suíça também parou completamente as importações.

Mais de três toneladas

Mas o tabu parece ter sido quebrado. De acordo com a Bloomberg, mais de três toneladas de ouro russo foram enviadas para a Suíça em maio passado, no valor de cerca de 200 milhões de francos. A primeira desde o início da guerra, no final de fevereiro. A informação foi confirmada pelo Escritório Federal de Alfândega e Segurança de Fronteiras, que especifica que o ouro era destinado a refinarias.

E é aí que o mistério permanece. Na Suíça, as principais refinarias estão todas sob a autoridade da London Bullion Market Association. Quatro deles juntos processam dois terços do ouro mundial: a refinaria MKS, com sede em Genebra, Metalor Technologies, que tem sede em Neuchâtel, Argor-Heraeus, com sede em Mendrisio (TI) e finalmente Valcambi, que tem sede em Balerna (TI).

No entanto, todos eles disseram que não compraram este ouro. Contatada pela RTS, a Associação Suíça de Fabricantes e Comerciantes de Metais Preciosos também confirma que nenhum de seus membros é responsável por essas importações.

“Financiamento da guerra”

Segundo a RTS, o ouro que chegou à Suíça já era mais de 99,5% refinado. Há, portanto, o risco de que venha diretamente dos cofres do Banco Central russo, que está sob o golpe. sanções adotadas pela UE e pela Suíça.

“Há o risco de que esse ouro participe direta ou indiretamente do financiamento da guerra na Ucrânia”, disse Marc Ummel, chefe de matérias-primas da Fundação Swissaid, ao La Matinale. Ele acrescentou: “Se for o Banco Central, há uma clara violação das sanções.”

Segundo o especialista, o ouro também poderia ser usado por um oligarca para lavagem de dinheiro. Por isso, solicita à Secretaria de Estado de Assuntos Econômicos (SECO) que se ilumine sobre o caso.