TEATRO DA MALAPOSTA | THE MONKEY | encenação de John Mowat e interpretação de Maria de Vasconcelos

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 THE MONKEY
baseado n’Um Relatório a uma Academia de Franz Kafka
TEATRO DA MALAPOSTA
11 e 12 de Julho às 21:30

THE MONKEY é uma história cheia de humor sobre uma macaca que é capturada em África e que depois de baleada, acorda no porão do navio da empresa alemã Hagenback, dentro de uma pequena jaula. O desespero e a necessidade de encontrar uma saída para a sua situação cativa levam-na a observar e a imitar aqueles seres estranhos que a rodeiam e acaba ela própria por se transformar num ser humano… Essa é a sua saída.
THE MONKEY surge da vontade de criar um espectáculo trágico e cómico que nos faça sorrir e pensar sobre a nossa condição, através da história de uma macaca desesperada por encontrar uma saída e que para sobreviver se junta à Humanidade. Uma Macaca-Mulher que luta pela sua sobrevivência, mesmo que isso lhe custe a sua Liberdade. Esta Macaca-Mulher depois de uma extraordinária carreira nos Music Hall, dá conferências aos Humanos sobre o seu incrível processo de evolução.
O texto de Kafka, Relatório a uma Academia, foi escrito em 1917 e continua extremamente atual, cheio de humor, poesia e profundidade.
THE MONKEY fala-nos de Identidade, Integração, Liberdade e de Sobrevivência.
Uma história de ficção que retrata de uma forma realista o momento presente da Humanidade.
Escolhi o caminho da Humanidade. Eu não tive outra saída, a Liberdade não me estava destinada como escolha. | THE MONKEY

Encenação: John Mowat
Interpretação: Maria de Vasconcelos
Música Original: Pere Cabaret
Desenho de Luz: Jochen Pasternacki
Assistência coreográfica: Pere Cabaret e Ruy Malheiro
Figurino: Roseane Rocha
Cartaz: Luís Covas
Fotografias: Tânia Araújo (MEF – Movimento de Expressão Fotoráfica) e Roger Rossell
Com o Apoio de: Inimpetus – Escola de Atores
Agradecimentos: Anaísa Raquel, Andreya Silva, Aurora Morais, Carole Garton, Montse Bonet, Paulo Ferro, Pedro Barão e Sergio Fernandes

Depois de ter estreado em Lisboa em Junho de 2013, na Inimpetus, o espectáculo viajou em Novembro passado para Barcelona (Sala Fénix). Já em Janeiro de 2014 foi apresentado na Acker Stadt Palast em Berlim e regressou a Barcelona em Março (desta vez para se apresentar no Mercat Vell de Mollet del Vallès). E agora é a vez de Lisboa voltar a receber este espectáculo, para apenas duas apresentações do espectáculo no Teatro da Malaposta.

TEATRO DA MALAPOSTA
11 e 12 de Julho às 21:30
Rua Angola, Olival Basto

Duração: 60 minutos
Maiores de 12 anos

Mais informações em: http://mariavascoactriz.wix.com/maria-de-vasconcelos
http://www.malaposta.pt
Bilhetes: 7,5€ a 5€
Reservas: 219383100 – info@malaposta.pt

NOTA BIOGRÁFICA DE MARIA DE VASCONCELOS

Começou em 2000 com António Rama . Desde então trabalhou com diversos encenadores e companhias, entre eles, John Mowat, Nuno Pino Custódio e Filipe Crawford.
Fez o curso de interpretação para Teatro na Escuela Internacional Berty Tovyas – Estudis de Teatre, em Barcelona, com pedagogia de Jaques Lecoq, especializando-se na área do teatro do Gesto e do teatro Físico.
Na sua formação artística destaca Agnès Limbos, Jesús Jara, Ferrucio Soleri, Montserrat Bonet, Berty Tovías, John Mowat e Yoshi Oida.
Desde 2008 que se dedica a projetos de criação própria sendo co-autora de:
A Terra dos Imaginadores: http://www.youtube.com/watch?v=wdeRhwOMfnI
Onni – Objecto Náutico Não Identificado: http://www.youtube.com/watch?v=7BufAwHsbck&feature=related
Abundância: http://vimeo.com/79982351#
Garota Portuga Procura: http://www.youtube.com/watch?v=5TuyxbkZ_Qc
Die kleinen Lämmer, espetáculo para Bebés: http://www.youtube.com/watch?v=FWpQE5lEx-E&hd=1
THE MONKEY: http://www.youtube.com/watch?v=uBSSvSp5L4M&hd=1
Dinamizou projectos de intervenção social e de educação pela arte destacando parcerias com CCB, Culturgest, Pim Teatro, T.M. Maria Matos, Estabelecimento Prisional de Évora e foi Doutora Palhaça da Associação Remédios do Riso.
Foi professora de Teatro do Gesto e de Improvisação na Escola Inimpetus de 2008 a 2013 e de 2011 a 2013 dirigiu o Projeto “O Teatro vai à Escola”, em Lisboa.
Vive em Berlim desde Setembro de 2013 onde trabalha como actriz apresentando os espectáculos Die kleinen Lämmer e THE MONKEY.

link: https://dasculturas.files.wordpress.com/2014/06/monkeys.pdf

Carlos Zorrinho | O PS, as primárias e o País (artigo publicado hoje no Expresso)

PS-Carlos-Zorrinho-1Retirado do mural do Facebook de Carlos Zorrinho

O PS, as primárias e o País (Artigo Publicado hoje no Jornal Expresso)

O tempo é um dos principais ingredientes da dinâmica política. Sobretudo em democracia os ciclos políticos tendem a ser fundamentais nas lógicas de alternância e de alternativa. O Partido Socialista estava a viver até 27 de Maio um ciclo político natural. Um Secretário-geral eleito e reconfirmado em Congresso, conduziu o Partido à vitória nas eleições autárquicas e nas eleições europeias e preparava-se para fechar o ciclo, disputando a liderança do Governo.

Os ciclos políticos, como praticamente tudo em política, são passíveis de alteração e disruptura. A partir da análise dos resultados das eleições europeias, reconhecidos militantes socialistas colocaram nos órgãos de Partido e fora deles a questão de saber se a incapacidade do PS em captar à abstenção uma significativa parte dos descontentes com a governação, obtendo um resultado abaixo das expetativas, deveria ser motivo para forçar a quebra dum ciclo político natural de liderança, pela primeira vez na história do PS.

Do meu ponto de vista, os fatos alegados são importantes, merecem reflexão, mas não são suficientes para interromper um ciclo natural de liderança. Por isso votarei no Secretário-geral em exercício nas primárias de 28 de Setembro.

Dito isto, imposta olhar em frente. A arte da política também é transformar dificuldades em oportunidades. Se o PS tem um problema de mobilização dos eleitores então está chegado o momento de contribuir para o resolver e as eleições primárias podem dar um forte impulso no reforço da ligação do partido à sociedade.

Para isso as candidaturas têm que respeitar a grandeza e a importância do PS na sociedade portuguesa. Devem competir por ideias e por propostas e não devem ceder a nenhuma tentação de menosprezar a história do partido ou de lavar “roupa suja” enquanto as pessoas esperam ver soluções concretas para os seus problemas.

O desafio à liderança do PS escancarou o partido perante a sociedade. Se as pessoas gostarem do que lhe for mostrado podemos estar perante a abertura de um novo ciclo de reforço da participação política e da democracia em Portugal.

Neste contexto a responsabilidade dos potenciais candidatos a Primeiro-Ministro é enorme, e qualquer eventual excesso de um dos lados não justifica a resposta nos mesmos termos da outra parte.

Olho por olho, dente por dente será neste caso uma tática suicida em que todos perderão, dentro e fora do PS.

Com naturalidade, quem souber manter uma postura de Estado e combater pela elevação das propostas é quem levará a melhor e retomará o caminho da disputa pela governação do País, espero que com um exército ainda mais forte e motivado.

O território da vingança e do ressabiamento é pura areia movediça. Quem lá entrar suicida-se politicamente e com isso enfraquece um dos principais esteios da democracia portuguesa. Comigo ninguém contará para isso.

The Beat Hotel

Beat-Hotel-2

A poesia da Beat Generation foi o motivo para a festa. Festa que aterrou em grande delírio naquele palco do Teatro do Bairro. André Gago convoca os protagonistas: Allen Ginsberg, Gregory Corso, Lawrence Ferlinghetti, William S. Burroughs, Jack Kerouac. Mas o fantasma de Jim Morrison passou por lá sem ser anunciado. Aliás, os fantasmas daquela gente toda andaram por ali num reboliço. As diferenças misturaram-se em saudável convívio. André Gago deu voz e corpo a um projecto que evoca os recitais que abriam os concertos dos grupos urbanos de referência na vida cultural de Nova Iorque e São Francisco nos anos cinquenta do século passado. Foi há bocadinho. Há coisas que não morrem. Ficam. Pairam. Charles Bukowski conta histórias destes extraordinários eventos no livro Mulheres, por exemplo. É por lá que afiança que a literatura aperfeiçoa a realidade.

André Gago e seus companheiros de performance — André Sousa Machado, Edgar Caramelo, Fausto Ferreira, Tiago Inuit e Vj Pedro Blanc — fizeram isso neste magnífico espectáculo: aperfeiçoaram uma realidade que conhecemos dos relatos escritos e de um ou outro registo gravado. Mas fizeram esta abordagem com apetites de contemporaneidade. A interpretação de André Gago é soberba. André é um actor soberbo.

Foi no Teatro do Bairro, no Bairro Alto, que testemunhei este recital único. Mas eles vão andar por aí. Não os percam de vista.

José Teófilo Duarte – blogOpertório

Citando Albert Camus

Le rôle de l’écrivain, du même coup, ne se sépare pas de devoirs difficiles. Par définition, il ne peut se mettre aujourd’hui au service de ceux qui font l’histoire : il est au service de ceux qui la subissent. Ou, sinon, le voici seul et privé de son art. Toutes les armées de la tyrannie avec leurs millions d’hommes ne l’enlèveront pas à la solitude, même et surtout s’il consent à prendre leur pas. Mais le silence d’un prisonnier inconnu, abandonné aux humiliations à l’autre bout du monde, suffit à retirer l’écrivain de l’exil, chaque fois, du moins, qu’il parvient, au mi-lieu des privilèges de la liberté, à ne pas oublier ce silence et à le faire retentir par les moyens de l’art.
[Discours de Suède]

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