AS ORIGENS | A albergaria de Minde | 20 de Janeiro de 1165 | por Abílio Madeira Martins

Nos recuados tempos da fundação da monarquia a região montanhosa denominada Maciço Calcário Estremenho era certamente o que, nos tempos atuais, se poderia chamar um maravilhoso e genuíno parque natural.

Poderiam considerar-se como povoados demarcantes de toda essa vasta área, então praticamente despovoada, as vilas de Alcobaça, Aljubarrota, Porto de Mós, Ourém, Torres Novas e Alcanede que balizavam um perímetro de mais de 120 quilómetros, e entre elas a espessura dos matos ou o escalvado dos fraguedos onde o chão minguava, intercalados com a exuberância dos bosques que preenchiam as pregas e os covões de terra funda, quais oásis disseminados pelo imenso manto verde do corpo da serrania.

Era preciso que esta enorme cadeia rochosa, a servir de barreira às ligações entre o norte e o sul, o litoral e o interior, se tornasse mais fácil de transpor por quem, se viesse a meter pelas suas brenhas.

Foi o reconhecimento dessa necessidade que levou o rei D. Afonso Henriques a decretar a criação de albergarias em lugares estratégicos do maciço com vista a darem poiso e apoio aos transeuntes nos trajetos viáveis indicados pela conjugação de vales e portelas. Daí a fundação da albergaria de Minde, por carta régia desse mesmo rei, datada de 20 de Janeiro de 1165 no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.

Esta carta que, com alguma lógica , se pode considerar a certidão de nascimento de Minde como povoação, confere-lhe, portanto, existência institucional desde os primeiros anos da monarquia.

in Martins, Abílio Madeira, “A herança de Dom David”. Folheto Edições e Design, 15-17

Retirado do Facebook | Mural de Junta de Freguesia de Minde

Logística: os novos desafios | herança de um megaempresário e visionário | Silas Corrêa Leite

SÃO PAULO – O livro Logística: os novos desafios (São Paulo, 2020), de Milton Lourenço, belamente ilustrado pelo artista plástico Paulo von Poser, lançado em homenagem póstuma a um importante empresário, é obra extremamente importante na área de comércio exterior, pois constitui um mosaico de textos brilhantes. Ex-diretor do Grupo Fiorde, Milton Lourenço (1967-2020) era, por assim dizer, um visionário, dotado de uma mente brilhante e muito além de sua época.

            Neste livro, reuniu textos sobre temas importantes como concorrência desleal, desindustrialização em marcha, o porto de Santos e seus desafios, modernização, o isolacionismo brasileiro, Mercosul-União Europeia, os embates EUA x China, entre outras tantas dezenas de temas enfocados com qualidade de conhecimento profundo e escrita de qualidade. Em muitos de seus artigos, defendeu a ideia de que o Brasil, para aumentar a sua participação no comércio exterior, teria de assinar mais acordos com grandes países e blocos.

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