O SALÁRIO DOS POLÍTICOS | por Paulo Sande

Eu preciso de o dizer. Alheio como tenho estado, por opção pessoal, a comentar o período pré-eleitoral, tenho ainda assim de o dizer.

E vou dizê-lo, por muito que isso me prejudique (sei lá se prejudica).

As propostas que por aí se ouvem para reduzir o salário dos políticos – ministros, deputados, vereadores -, esses “malandros”, para além de serem uma espécie de epítome da demagogia política, são enganadoras e até perigosas.

É uma causa comum das esquerdas mais à esquerda e das direitas mais à direita: baixe-se o salário dos políticos, esses “malandros”.

Tenho de o dizer! À cautela, contudo, di-lo-ei utilizando o método socrático do questionamento, para desde logo tolher o passo ao sofismo inevitável que tudo pretende saber e sobre tudo perora, altissonante – escamoteando o quão complexo é o assunto.

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Expresso | Assange | Rui Pinto | Os resultados da ausência de princípios | por Carlos Matos Gomes

Comprei ontem, dia 7 de Janeiro, o Expresso. Sou um leitor pouco frequente do Expresso, que se tornou um jornal de fação partidária em termos políticos nacionais, alinhado e acrítico em termos internacionais e culturalmente baloiçando entre o conservadorismo popular e o experimentalismo radical. Reconheço, no entanto, o papel importante do Expresso na formação de uma opinião pública e na liberdade de imprensa ao longo da nossa história recente.

Como considero essencial a existência de liberdade de imprensa e de informação entendi que devia ter esse pequeno gesto individual de solidariedade com o Expresso e o grupo Impresa no momento em que sofreram um ataque informático que colocou e coloca em causa a liberdade de informação. Compraria o Correio da Manhã se o ataque tivesse sido ao grupo Cofina.

É aqui que entram os princípios. Muitos órgãos de comunicação social, para não dizer todos, embarcaram numa euforia lucrativa com o acesso ao resultado da pirataria informática — um ataque cibernético — cometida pelo «Hacker» Rui Pinto — ataque que foi dirigido contra clubes de futebol, órgãos da administração pública, incluindo a justiça.

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O Doutor comenta os debates | Jovem Conservador de Direita

O primeiro debate de hoje foi entre o partido conhecido por defender os direitos dos animais e o partido que defende os direitos dos investidores bolsistas, que também são animais, mas com a diferença de que criam riqueza. Enquanto uma hiena não for capaz de investir em criptomoedas, é óbvio que vou estar do lado da IL.

O ambiente foi um dos principais temas do debate. O PAN apresentou a posição irracional de fazer alguma coisa para reverter as alterações climáticas. Teria maior apoio se fosse mais moderado. Ser totalmente contra as alterações climáticas é muito radical. Tem de ser mais centrista nesse assunto.

Felizmente estava lá o Dr. Cotrim Figueiredo, com a sua racionalidade, a afirmar que não se pode salvar o ambiente à custa da actividade económica. Há que ter noção das prioridades. Uma coisa é haver alterações climáticas, outra coisa é o Estado intervir para tratar desse problema. A IL não abdica dos seus princípios, intervenção estatal nunca. Se foi a mão humana a destruir o ambiente não deverá ser a mão humana a salvar o planeta. É só ver os índices de mercado e fazer uma análise SWOT do impacto da sobrevivência da Humanidade na economia.

Segundo o Dr. Cotrim Figueiredo, “enriquecer Portugal é uma boa política ambiental”. É verdade, sem tantos pobres a cheirar mal o ambiente fica melhor. O enriquecimento é o febreze da sociedade e não há melhor política ambiental do que baixar os impostos às pessoas para que elas possam investir em desodorizantes.

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