Cartas a Spinoza | por Nise da Silveira, Francisco Alves | in Revista Caliban

As sete cartas escritas em 1989 compõem o livro Cartas a Spinoza, Nise da Silveira, Francisco Alves, 1995.

Pintura de Eduardo Ruiz, Dra. Nise da Silveira

Cada Leitor, um Spinoza

  • CARTA I

Meu caro Spinoza,

Você é mesmo singular. Através dos séculos continua despertando admirações fervorosas, oposições, leituras diferentes de seus livros, não só no mundo dos filósofos, mas, curiosamente, atraindo pensadores das mais diversas áreas do saber, até despretensiosos leitores que insistem, embora sem formação filosófica (e este é o meu caso), no difícil e fascinante estudo da filosofia.

Mais surpreendente ainda é que, à atração intelectual, muitas vezes venham juntar-se sentimentos profundos de afeição. Assim, Einstein refere-se a você como se, entre ambos, houvesse “familiaridade cotidiana”. Dedica-lhe poemas. O poema para A Ética de Spinoza [1] transborda de afeto: “Como eu amo este homem nobre / mais do que posso dizer por palavras”.

Continuar a ler

A questão da Ucrânia | Carlos Matos Gomes

A questão da Ucrânia tornou-se uma farsa com farsantes rascas, que dá vontade de ir utilizando como divertimento.  O homem mais poderoso do mundo, o presidente dos Estados Unidos, o honorável Joe Biden, afirmou publicamente, que o ataque Russo iria ocorrer dia 16 de Fevereiro. Não aconteceu. Agora informa que “ Está convencido que o ataque à Ucrânia ocorrerá nos próximos dias”. Lê-se e não se acredita! O Presidente da super potência dominante que os Estados Unidos são, ou sabe e não diz, ou diz que não sabe: não está convencido de… . Quem pode estar convencido de… são os Marques Mendes, os opinadores de televisão. O chefe quando diz sim, podemos estar seguros que é sim.  E não é apenas mais um tarálogo.

Os  americanos já descobriram armas de destruição maciça no Iraque há 20 anos. Descobriram o Bin Laden sabe-se lá onde, o Saddam num buraco, o Kahdafi num esgoto,  e até descobriram os planos de um jovem de 18 anos no bairro dos Olivais, que ia realizar um massacre numa sexta feira de manhã no Campo Grande, em Lisboa e não conseguem descobrir o dia do ataque das divisões blindadas russas, com apoio de artilharia, de aviação, com a inundação do espetro eletromagnético para comunicações?

Em 1964 – há quase 60 anos, foi estreado o filme Dr Strange Love – How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (como deixei de me aborrecer e me apaixonei por uma bomba), com Peter Sellers a representar o General Ripper, que fica maluco e prepara um plano para iniciar a Guerra Nuclear. As mais altas autoridades dos Estados Unidos e da União Soviética tentam deter um avião-bombardeiro cuja tripulação recebera ordens de lançar uma bomba nuclear na Rússia. Quase 60 anos passados temos um Presidente dos Estados Unidos que em vez de evitar a ação do general doido, quer mesmo lançar as bombas. O doutor Strangelove, apaixonado por bombas, está aos comandos dos Estados Unidos, com o apoio dos dirigentes europeus! Um progresso!

Aliás o Biden ainda dá uns ares do pantera cor-de rosa, ou ao doutor Strangelove.

Retirado do Facebook | Mural de  Carlos Matos Gomes

Vladimir Putin: “Deberían haber tratado a Rusia como un aliado. Ha sido al revés”