De Gaulle e a Europa | Helder Costa

A Europa do Atlântico aos Urais!

Pertenço ao imenso grupo de Europeus que estão desiludidos com a não- intervenção política  da Comunidade Europeia no actual conflito Rússia – Ukrania.

E lembrei -me de De Gaulle , general, político e estadista francês que liderou as Forças Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial e presidiu ao Governo Provisório da República Francesa de 1944 a 1946, a fim de restabelecer a democracia na França.

Foi eleito presidente de França  e concedeu a independência a Argélia contra os colonos pieds-noirs e os militares franceses,  o que motivou um dos atentados de que foi  alvo em 8 de Setembro de 1961, pelo general Raoul Salan . Outros atentados foram em Paris, no ano de 1945, por atiradores furtivos alemães  e outro em 22 de Agosto de 1962, quando o seu carro foi crivado de balas. Ainda em 1963, seria desbaratado um complô na Escola Militar para o matar.

Como se percebe, os Pethainistas que apoiaram Hitler tinham muita força anti – democrática, o Nazism continuava , como já sabemos. Até aos dias de Hoje.

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Os sinos dobram em Kiev-2 | Carlos Esperança

Os sinos dobram em Kiev e ninguém apareceu no funeral de um país que comprometeu o futuro das democracias europeias e o bem-estar dos europeus. Os que lhe prometeram apoio temeram Putin e o espetro da guerra nuclear arrepiou a Europa.

A Nato, depois da extinção do pacto de Varsóvia, apesar do acordo de cavalheiros para não se expandir para os países dominados pela ex-URSS, não parou de cercar a Rússia e aumentar a zona de influência, acabando por sofrer um revés na Geórgia, com a Ossétia do Sul e a Abcásia amputadas.

Agora, com a credível suspeita da futura adesão da Ucrânia à Nato, o neonazi Putin, que se autointitulou libertador da Ucrânia neonazi, voltou a repetir aí a criação da república fantoche de Donbass depois de ter usado o mesmo expediente na Crimeia, em 2014.

O que há de novo e intolerável é a invasão da Ucrânia para tornar o próprio país em uma república fantoche, apelando aos militares para tomarem o poder que já conquistou. Não lhe faltarão apoiantes. É a sorte dos fortes contra os fracos.

Os sinos dobram em Kiev e ouve-se o choro e a raiva da impotência das democracias da Europa, cujas sanções à Rússia são também sansões contra si próprias.

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A EUROPA E AS SUAS FRONTEIRAS: DILEMAS CULTURAIS E GEOPOLÍTICOS | Ilídio do Amaral

EDITOR: ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA

“Fixai deste mundo a Europa, o sólido e imobilizado chão sobre o

qual desliza pacífica a europeia união para leste.”

Tendo em conta apenas o século XX as fronteiras de muitos países europeus, sobretudo do centro e do leste, foram desenhadas e redesenhadas várias vezes, resultando disso modificações políticas e sociais importantes. Isto ocorreu antes e depois da I.ª e da II.ª Guerra Mundial, bem como na sequência do colapso da União Soviética.

Mais modificações sobrevieram com os alargamentos sucessivos da União Europeia. Têm sido alteradas fronteiras externas, dissolvidas as internas, reemergiram velhas fronteiras, houve o estabelecimento de novas fronteiras. Um certo número de antigas regiões fronteiriças passou de fronteiras nacionais a regiões fronteiriças internas da União Europeia como um todo.

Muita gente viu-se perante mudanças que afectaram não só os quotidianos das suas vidas, mas também alteraram situações nos planos regional, nacional e europeu.

Num sentido político, os alargamentos da União Europeia mudam a natureza das relações entre Estados. Antes da adesão, eles eram tratados pela União como partes da sua política de relações externas, depois dela passaram a constituir questões internas, ainda que em muitos casos seja deficiente a política externa da União.

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O CONFLITO na UCRÂNIA – OS ERROS – O FUTURO | Miguel Mattos Chaves

AVISO: esta análise não tem “sound bites” nem “estados de alma”, nem obedece a “desejos do políticamente correcto”, pelo que poderá ser desinteressante para os espíritos que vivem da “espuma do dia” e do “sensacional”.

Comecemos então:

O Presidente de França Emannuel Macron afirmou há dias algo que me parece de elementar lucidez:

– “esta crise não é sobre a Ucrânia, mas sim sobre a NATO e sobre a segurança da Rússia”.

Tenho escrito por diversas vezes, ao longo dos anos, que alguns dirigentes de países europeus e alguns dirigentes políticos dos Estados Unidos têm cedido demasiado ao “politicamente correcto” imposto pela esquerda, quer pela comunicação social, quer pelas redes sociais.

Numa palavra, os dirigentes políticos dos países ocidentais, com muito raras excepções, não têm um pensamento estratégico, nem uma visão do médio e longo prazo em práticamente todas as matérias, neste caso, sobre o desenho da política internacional e sobre a forma de estabilização do Sistema Internacional.

Vivem apenas do dia-a-dia, vivem da “espuma dos dias”, vivem dos “sound bites”, preocupando-se apenas em como vão aparecer nas notícias do dia seguinte, nos meios de comunicação social ou nas redes sociais.

Convido-vos agora a acompanhar-me numa análise que faço sobre a questão que agora vivemos no leste da Europa.

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