A Ucrânia — a NATO — Siga a dança | Carlos Matos Gomes

Num post no FB, o embaixador Luís Castro Mendes escreve a propósito de uma prestação do historiador Fernando Rosas na CNN que este está a cometer o mesmo erro que foi o de Vasco Pulido Valente, noutro tempo: reduzir a análise da realidade ao precedente histórico e minimizar as diferenças do novo para magnificar as constantes do passado. O meu amigo David Martelo, historiador com vasta obra na área da polemologia faz uma excelente síntese do passado de conflito na Europa Central a que deu o título: CORTINADOS GEOPOLÍTICOS, sobre o conflito “que opõe atualmente a Rússia aos aliados da OTAN, localizada sobre a fronteira da Ucrânia”, mas essa história não explica o presente.

A História serve para tudo. O que quer dizer que serve de pouco. Há exemplos para todas as explicações. O passado pode ajudar a perceber o presente, mas sem entendermos o presente o passado serve de pouco. O Japão não percebeu que o presente tinha mudado com a arma atómica e teve uma terrível surpresa. Marcelo Caetano não percebeu que o Exército de 1974, após 14 anos de guerra colonial, não era o Exército que tinha partido para Angola em 1961 e teve a surpresa do 25 de Abril. A Revolução Francesa e a Russa são exemplos de surpresas por incapacidade de perceber que o presente não é uma evolução em linha reta do passado. São inúmeros os exemplos.

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