COMENTÁRIO COPIADO de José Luís S. Curado | in Facebook | 10/06/2022 | Intervenção Militar Especial | Acordos de Minsk | Ucrânia

1. COMENTÁRIO COPIADO de José Luís S. Curado | (resposta ao Senhor Manuel Pinto Oliveira) | Manuel Pinto de Oliveira , creio que é jurista e estudou direito internacional público.

2. Se é, faz pouco sentido replicar: não ignora certamente que na Carta das Nações Unidas se prevêem o ataque preemptivo e a legítima defesa, esta também na modalidade preemptiva.

Foi invocando esta regra (art. 51, 1, se não erro) que a coligação de. EUA e RU invadiram o Iraque e o Afeganistão, sob a ameaça das infames “armas de destruição massiva” e de “sede do terror”, ambas alegadamente pondo em causa a sua segurança.

Neste último caso, a ONU contestou a invasão, ao contrário do que aconteceu na primeira. Coisa intermédia aconteceu miseravelmente com a Líbia. Em todos os casos destruindo países, reduzindo-os a escombros e plantando a guerra civil a muitos milhares de quilómetros das suas fronteiras. A Líbia escapou desse destino graças às forças russas, cujo auxílio o governo legítimo solicitou, apesar da violação das suas fronteiras pelas forças britânicas, francesas e, sobretudo, dos EUA, que para lá levaram muitos milhares de mercenários sob o estandarte do Daesh, criação óbvia da CIA.

Nas fronteira oeste da Federação Russa, desde o golpe Maidan de 2014 (foi o segundo!), ficou declarada pelo poder triunfante dos seus apaniguados uma guerra de extermínio contra a afirmação russófona das comunidades de Lugansk e Donetsk, cuja autonomia a Ucrânia reconheceu nos acordos de Minsk, negociados com a mediação francesa e alemã, homologados por Resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Oito anos e 14.000 mortos civis depois, a Rússia tudo vez para vincular a Ucrânia às garantias que assumira, simplesmente. Tratava-se de assentar nos mecanismos de segurança dessas regiões, sempre parte da república ucraniana.

Só depois, na agudização e iminência de intensificação da acção das forças ucranianas, com destaque para as milícias nazis, sobre essas auto-proclamadas repúblicas (todavia NÃO RECONHECIDAS COMO TAL PELA FEDERAÇÃO RUSSA, no respeito da dita Resolução), é que a diplomacia russa tentou promover com os EUA e a NATO o estabelecimento de um quadro pacificador na Europa central, com exclusão da projectada e iminente admissão da Ucrânia nesse sistema de defesa colectiva.

Tudo rejeitado: acordo sobre a segurança europeia e implementação dos acordos de Minsk.

Pelo contrário, apoio declarado à proclamada recusa ucraniana de os cumprir e insistente afirmação de que a questão de expansão da NATO – contra as promessas informais do Oeste – dependia exclusivamente da vontade dos estados candidatos.

A história está feita.

O reconhecimento da independência das repúblicas do Donbass foi o corolário lógico da defesa dos seus legítimos interesses, na perspectiva russa das normas aplicáveis do Direito Internacional.

A invasão por forças russas do território ucraniano foi feita sob invocação do direito de defesa e dirigida expressamente à protecção dessas regiões, cuja autonomia política assumiu a forma nacional.

Logo em Março russos e ucranianos assumiram em Istambul um esboço de entendimento que daria expressão às questões territoriais e poria fim ao conflito, através do recíproco reconhecimento da soberania de ambos os estados, rectificando fronteiras e garantindo a segurança colectiva.

Sob pressão dos EUA e do RU, a Ucrânia rejeitou depois o que começara por aceitar.

É no desenvolvimento do estado de coisas então assumido que estão agora.

Com a tremenda diferença de que as forças ucranianas estão à beira do colapso total, e o território caminha para uma redefinição completamente diferente.

Kissinger, na sabedoria de muitos anos de experiência diplomática avisou contra a expansão e contra o menosprezo das realidades, a começar pela natureza artificial do estado ucraniano, somatório de várias realidades, na fronteira de uma superpotência. Avisou contra a obsessão e recomendou a negociação.

Esta é a realidade política.

Ao lado dela, mas não menos forte, vai a realidade económica, expressiva dos interesses legítimos de todos os povos que confinam em fronteiras e recursos.

Só relembro isto para que o silêncio não passe por concordância com os desvarios colectivos, à sombra de um guarda-chuva que não protege, antes destrói.

O da NATO.

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10/06/2022 | José Luís S. Curado | Retirado de um post de José Manuel Correia Pinto, que tem uma foto de Orban da Hungria.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e em pé

DECLARAÇÕES DE ORBAN

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