POEMA | Sandra Ramos

Derramo os meus ‘ais’,
nem sei tão pouco porque o faço,
simplesmente esvazio as intempéries da alma,
lanço fogos de artifício sem espetáculo,
declamo na surdez vivida,
pinto na tela vazia e…
timbro sílabas, palavras e frases em forma de poesia.

Perguntam porque o faço,
afinal estão desprovidas de vida…dizem…,
meras palavras soltas numa profunda desordem gramatical…,
talvez seja eu, um caso perdido;
num caos corrompido,
atracado num cais desencardido.

Sou, sim…um caso inexplicável,
um turbilhão de sentimentos desordenados,
uma mulher que esvazia a alma perdida,
que toca – de mansinho – o seu DIZER,
E..que pouco lhe importa que a consigam entender.

Sandra Ramos