A NOITE | Maria Helena Ventura

Deixo um sorriso esquivo

no teu peito

enquanto bebo devagar

o chá bem quente.

É noite já fechada

sobre o corpo

e eu sigo o rumo ausente

das estrelas.

A chuva apagará a silhueta

dos corpos reflectidos

no asfalto

as cores das narrativas

que tecemos

tantas vezes de cabeça

unida.

Sem lua

sem luar

ou pó de estrelas

só projectamos luz

nesta saudade

que nem a boca

disparada no silêncio

saberia traduzir.

Deixo um sorriso

ainda transparente

preso às sebes

dos sonhos por vingar

o eco de perguntas

magoadas

um afago de linho.

E fico no desenho

esfumado

de uns braços alongados

na distância

no fundo do caminho

diluído

na noite já fechada.

Maria Helena Ventura – PEDRA DE SOL II

A JANELA AZUL, uma tela de 1911 pintada por HENRI MATISSE. Na pintura (porque também foi escultor) teria sido influenciado pelos fauvistas, como se vê pela pureza da cor, mas também pelos pós-impressionistas e um pouco pelo cubismo. Picasso admirava-o muito, eram amigos. Costumava dizer que Matisse era o seu maior rival. Já publiquei trabalhos dele e falei um pouco do seu percurso.

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