Entrevista a Catarina Martins | “Extrema-esquerda está associada a totalitarismos, perseguição, ódio. Não encontra disso no BE” | in Jornal “O Observador”

“As pessoas precisam de saber que estamos a pagar a um sistema financeiro — que salvámos repetidas vezes e que nunca quer socialização de ganhos — tanto como gastamos no SNS.”

Em quase hora e meia de conversa, só por uma vez Catarina Martins hesitou a meio de uma resposta. Foi quando lhe pedimos um defeito que apontava a António Costa. Não porque não tenha críticas a fazer-lhe (tem várias, do ponto de vista político, a ele, ao governo e ao PS), mas porque estava à procura da melhor formulação para aquilo que queria dizer: “Tem esperança de que os problemas se resolvam mais depressa, quando eles precisavam de um pouco mais de olhar.” Que é como quem diz, fica à espera que as coisas se resolvam por si. De resto tinha frase pronta para quase todas as perguntas do Observador, naquela que é a primeira grande entrevista deste ano eleitoral para a dirigente bloquista.

A conversa começa na Lei de Bases da Saúde (a do governo seria “perfeita” se tivesse lá escritas as palavras da nova ministra da Saúde), segue pela legislação laboral, Europa, propinas. E quando chega ao tema professores, Catarina Martins ataca com palavras duras: “O governo está a fazer populismo. É absolutamente irresponsável”. Estabelece como uma das prioridades económicas do país e da Europa as alterações climáticas. Não traça metas nem cenários de governo para as próximas legislativas, diz apenas que a esquerda precisa de “mais força”. Até porque “o Partido Socialista é o Partido Socialista”.

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