Diário dos Infiéis | João Morgado

Nunca fica tudo dito sobre um amor que acaba.

Um romance maduro sobre homens e mulheres, casamento e infidelidade, desejo e amor. A solidão entre duas pessoas e o que ficou por dizer depois do adeus.

Numa viagem ao mundo do erotismo, descobrem que tudo se resume ao desejo ou à falta dele. E num diário de emoções íntimas, quatro casais, oito personagens, falam na primeira pessoa do que sentem dentro de si e em relação aos outros. Concluem que, cada um à sua maneira, todos acabaram por ser infiéis: por actos, pensamentos ou omissões. Um pecado que lhes valeu o castigo de não serem felizes para sempre.

Mas o que os faria felizes? Não sabem. Estão presos aos segredos do passado e aos medos do futuro. Por isso o espelho reflecte homens frágeis, acomodados e instintivos; Mulheres emocionalmente imaturas, reprimidas e artificiais.

Com vidas entrelaçadas, cada um escreve no diário a sua viagem pelo mundo do sexo, do desejo, do pudor, do egoísmo, do amor-próprio, do envelhecimento, do sonho e da morte… enfim, a matéria-prima da qual se faz a vida de gente banal. “Sobre nós ninguém escreverá um romance”, diz um dos personagens.

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“Por vezes despir um pouco o corpo ajuda a vestir a alma (…) a lingerie tapa sempre demasiado e mostra sempre em demasia. E, entre extremos, levanta o véu da imaginação masculina, o que torna as mulheres mais desejáveis.

Excitar não é excitante?…”

João Morgado 
In: Diário dos Infiéis
Romance, Casa das Letras

Retirao do Facebook | Mural de João Morgado

FRAGMENTOS MÍNIMOS DO “LIVRO DE EROS” | ILUSTRAÇÕES DE MARC CHAGALL | CASIMIRO DE BRITO

11
Não me amputes, amor. Não retires de mim a tua mão.

14
O sexo é um festim; amar, uma cerimónia.

37
Eros, um deus? Com saudáveis pés de barro.

60
A arte de amar, sem ti, não me serve para nada.

72
Vuci, fera, que não te estou a sentir.

97
Pássaro preso, o coração, quando se assusta.

108
Amando, separo o bem do mal. Ainda não aprendi a amar.

121
Essas vezes em que ele me ilumina, o sorriso de quem se afasta.

123
Alguma coisa me dás se me dás o eu desamor.

133
Uma paixão paciente?

“Eu nunca editaria o José Rodrigues dos Santos mesmo sabendo que é o português que mais vende” | Francisco Vale in jornal Diário de Notícias

Francisco Vale, editor da Relógio D’Água, garante que nunca edita um livro a pensar nas vendas.

O editor da Relógio D”Água garante que só criando uma relação de confiança entre os leitores mais exigentes e o seu catálogo é o único caminho para o sucesso editorial. Francisco Vale acredita que desse modo quando publica um livro que os leitores desconhecem, “partem do princípio que é bom e estão predispostos a adquiri-lo”. Uma situação que qualquer editor deseja mas que é uma conquista difícil, porque “implica que se tenha de abdicar de títulos muito vendáveis e seguir o critério do valor intrínseco e não o das vendas previstas”. Garante que nunca edita um livro a pensar nas vendas, ou iria deparar-se com “uma espécie de monstro ou de Dr. Jekyll and Mr. Hyde, em que uma parte do catálogo é de qualidade e a outra parte não tem qualidade nenhuma”. Um percurso de 35 anos que começa após uma intervenção política na extrema-esquerda antes e depois do 25 de Abril de 1974, uma tentativa frustrada em ser escritor e o abandono do jornalismo.

O que diferencia a Relógio D”Água das outras editoras portuguesas?

Nem sempre é fácil fazer a diferença nos tempos que correm, em que é frequente os romancistas terem aulas de escrita criativa, e ser-se capaz de distinguir entre literatura e aquilo a que Umberto Eco chamava paraliteratura. A definição de literatura é uma discussão antiga, que vem desde a Poética, de Aristóteles. Como se trata de noções em que a intuição desempenha um certo papel, fica-se um pouco na situação de Santo Agostinho, que sabia muito bem o que era o tempo quando não lhe perguntavam o que era. Mas definir paraliteratura é mais simples. Dou um exemplo: ao ler A Fórmula de DeusO Codex 632 e A Mão do Diabo, de José Rodrigues dos Santos, ou os romances de Margarida Rebelo Pinto, sabe-se que não são literatura, porque é evidente que não absorveram o que de melhor até hoje ela produziu, antes buscam o divertimento por si e efeitos emocionais fáceis – para mostrar que uma personagem é sensível põem-na a tocar piano ou a contemplar o pôr do Sol. Os romancistas de que gosto são capazes de tocar no fogo sem medo de se queimarem, causam estranheza, abalam certezas e escrevem livros de que saímos diferentes do que éramos.

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Bilderberg | O Clube Secreto dos Poderosos | Cristina Martín Jiménez

“Parece o argumento de um filme mas trata-se de algo real: o clube Bilderberg, que se reúne há 61 anos, congrega as individualidades mais poderosas do mundo e aqueles que um dia serão altos dirigentes”, afirma a TVI numa reportagem sobre o livro O Clube Secreto dos Poderosos, da jornalista Cristina Martín Jiménez. Esta sevilhana explica que os membros do Bilderberg “têm o poder como ideologia” e implementam “planos secretos para governar o mundo inteiro, destruindo gradualmente as soberanias nacionais e tirando aos países a capacidade de decidir. Desde o 25 de Abril que os portugueses estão muito alheados do que realmente se passa e muito dependentes dos políticos, que promovem certas pessoas e outras não. A crise terá sido fabricada entre quatro paredes para dar mais poder a quem já o tem.”

“José Sócrates foi ao Bilderberg um mês antes de ser líder do PS e um ano depois ganha as eleições legislativas. Quando eles vêem que alguém se pode destacar chamam-no e, se passar no teste, terá todo o apoio de Bilderberg”, garante Cristina Jiménez, recordando que António Costa é também – tal como Sócrates – outro servo das elites políticas, tendo ingressado no Bilderberg em 2008.

O vídeo acima inclui a entrevista que a escritora deu à revista Sábado.

Os partidos servem sociedades secretas e o sector financeiro | Elizabette Tavares

Na manhã de 29 de Julho, os telespectadores da SIC Notícias tiveram durante alguns minutos acesso à verdade, dita pela jornalista do jornal Expresso e da revista Exame Elisabete Tavares. A propósito da actual (e permanente) crise política, a jornalista afirmou que “os partidos não existem para nos servir, nem para servir a economia nem o país. Servem muitos interesses, desde sociedades secretas ao sector financeiro, e cada um tem os seus lobbies. Tem de existir uma mudança de mentalidade profunda na forma como o país é pensado, gerido e governado. Não é para se servirem interesses, lobbies, o sector financeiro ou interesses obscuros; nem para andar ao sabor dos partidos e das eleições. Os portugueses terão de agir: sejam jornalistas, professores, médicos ou polícias, já não basta só criticar.”

“Há que reformar e pensar no futuro, no tecido empresarial, pensar mesmo a sério onde é que queremos investir. Temos de mudar o sistema de educação que é uma aberração. Temos de mudar o sistema de saúde que apenas ‘trata’ a doença – não temos nenhuma medicina preventiva. São custos brutais, milhões dados às farmacêuticas.”

Como exemplo da manipulação praticada pelos partidos políticos, Elisabete Tavares falou sobre muitos dos comentários, supostamente deixados por leitores casuais, em sites de notícias como o do próprio Expresso“alguns partidos têm comentadores pagos só para irem lá comentar se as nossas opiniões não lhes forem favoráveis. É este o país que queremos? É este tipo de ética que queremos? Estas coisas têm de ser ditas.”