Bolas de Berlim | Inês Salvador

Comprei umas bolas de Berlim. As bolas de Berlim que eu comprei não valem nada. Pensei, estas bolas não são de Berlim. Fui ver a etiqueta na embalagem e confirmei, Vila do Conde?! As bolas são de Vila do Conde. Uns gajos de Berlim irem para Vila do Conde fazer bolas só podia dar nisto, as bolas não valem nada.

Retirado do Facebook | Mural de Inês Salvador

SOPA FAVA-RICA

Até ao início do século XX esta sopa era vendida, pelas ruas de Lisboa, por mulheres que apregoavam em voz cantada “Fava Riiiiiica!”.
Fava-rica era uma sopa muito apreciada pelas classes populares por ser um alimento muito nutritivo, devido ao seu alto teor de proteínas.
O termo culinário fava-rica designa a «fava seca, que, depois de cozida, é refogada com azeite, alhos e pimenta» (Dicionário da Língua Portuguesa, Academia das Ciências de Lisboa).

Receita
500 gr fava seca
4 colheres  sopa de azeite
4 dentes alho
1 colher sopa vinagre
sal
pimenta

. Põem-se as favas de molho em água fria de um dia para o outro.
. Depois de escorridas, colocam-se as favas numa panela com água e sal e vão a cozer. Deixar cozer, em lume brando, até começarem a desfazer-se.
. Junta-se o azeite, os alhos picados e o vinagre.
.Tempera-se com sal e pimenta a gosto. Serve-se bem quente.

Fonte: Câmara Municipal de Lisboa

http://www.cm-lisboa.pt/visitar/sabores-de-lisboa/fava-rica-sopa

19 de agosto de 1883: Nasce Coco Chanel | Associação Professores História

“Empresária do mundo da alta-costura e da perfumaria, Coco Chanel nasceu a 19 de Agosto de 1883, em França, foi baptizada como Gabrielle Bonheur Chanel, e passou uma infância difícil na região de Auvergne. Viveu com os tios depois de ter ficado órfã aos seis anos. Foi criada segundo uma maneira muito tradicionalista, mas aos 16 anos mudou-se para Paris, com a ajuda de um oficial de cavalaria milionário, e passou a conviver com a alta sociedade. Como não gostava dos espampanantes chapéus com plumas de avestruz da época, montou uma pequena loja e passou a desenhar os seus próprios chapéus. Mais tarde, em 1914, abriu um estabelecimento maior em Paris.A sua carreira de estilista tinha sido iniciada aos 26 anos, mas foi só durante a Primeira Guerra Mundial que começou a ser conhecida, por ter desenhado os fatos de trabalho fabril para as mulheres que substituíram os homens que partiram para combater.Na sua loja, Coco Chanel vendia roupa simples e confortável para mulher e alcançou grande sucesso porque foi de encontro às necessidades da época. A casa Chanel, em cerca de cinco anos, tornou-se numa das mais conceituadas de Paris, graças à introdução de diversas novidades a nível de vestuário. Coco Chanel apresentou roupas mais masculinas para as mulheres, tentando assim torná-las mais livres e independentes.
As suas criações eram tão caras como as da concorrência, mas serviram de inspiração para a confecção, por particulares, de peças acessíveis a quase toda a gente.

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“África tem pujança criativa na ciência, nas artes, na política. Há uma ideia de futuro” | GUSTAVO BOM entrevistado por Ana Sousa Dias em jornal Diário de Notícias

Acaba de publicar África, os quatro rios, onde percorre a maior bacia hidrográfica do mundo – Nilo, Níger, Congo e Zambeze – através da literatura de viagens. Um ponto de partida para falar sobre a criatividade de um continente diversificado e jovem.

Já foi um território desconhecido, a estimular as mais exóticas efabulações. Já foi dado como perdido em guerras, fome e doenças. O ensaísta, investigador e programador cultural António Pinto Ribeiro, viajante por natureza e por escolha, conta-nos uma outra África, virada para o futuro e com uma criatividade fecunda. Um percurso que a América Latina fez há algumas décadas.

Porquê o seu fascínio por África?

Há um lado biográfico, já que vivi em Angola e Moçambique e tenho voltado a África muitas vezes. É um continente onde existe, em diversas partes, uma pujança criativa a todos os níveis, nos domínios da ciência, da política, das artes, da economia. Nalguns casos há hoje a constituição de novos paradigmas de conhecimento determinantes que nos ajudam a compreender melhor o mundo.

Onde podemos encontrar essa África contemporânea de que fala?

Há uma enorme diversidade, o que é fascinante e torna tudo mais difícil. A África do norte, de influência árabe e islâmica, e a África subsaariana são completamente distintas. O lado oriental também é muito diferente do ocidental. Na África subsaariana há um movimento semelhante ao da América Latina nos anos 1960. Intelectuais, escritores, artistas, pensadores nos últimos anos começaram a refletir sobre qual é a possibilidade para a África de se distinguir do que foi no colonialismo. Alguns chamam-lhe a descolonização do espírito. São todos países muito recentes, a independência mais antiga é do Gana, de 1958. Foi preciso viver as independências, com o sonho do homem novo negro e das grandes nações africanas, um sonho que na maior parte dos casos se gorou e resultou numa enorme deceção. Passada a fase da deceção e da descrença, a questão é: qual a possibilidade de construirmos os nossos países de um modo diferente do que herdámos do colonialismo e que não seja completamente utópico e irrealista? E começaram por investigar a fase pré-colonial, o que penso que é inteligente.

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