Morte por mil cortes: onde está a estratégia do ocidente na Ucrânia? | Por Pepe Escobar, postado com permissão do autor e cruzado com The Cradle

Pepe Escobar (1954) é um jornalista e analista geopolítico brasileiro. Sua coluna “The Roving Eye” para o Asia Times discute regularmente a “competição multinacional pelo domínio sobre o Oriente Médio e a Ásia Central”.

Por Pepe Escobar, postado com permissão do autor e cruzado com The Cradle

As narrativas ocidentais retumbantes e diárias sobre “vitórias ucranianas” e “derrotas russas” sustentam a falta de uma Grande Estratégia real e coesa contra Moscovo.

Guerras não são vencidas com tácticas e narrativas – elas exigem uma Grande Estratégia. A Rússia tem um plano mestre por trás de suas operações militares na Ucrânia, mas o Ocidente tem um?

Embora todos conheçamos Sun Tzu, o general chinês, estrategia militar e filósofo que escreveu a incomparável Arte da Guerra, menos conhecido é o Strategikon, o equivalente bizantino na guerra.

Bizâncio do século VI realmente precisava de um manual, ameaçado como estava do leste, sucessivamente pela Pérsia sassânida, árabes e turcos, e do norte, por ondas de invasores das estepes, hunos, ávaros, búlgaros, semi-nómadas turcos pechenegues e magiares.

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Solha: a história da Humanidade num poema | por Adelto Gonçalves

I 

Depois de publicar, em 2019, Vida Aberta (São Paulo, Editora Penalux), o romancista, poeta, cordelista e ator de teatro e cinema W. J. Solha (1941) chega com 1/6 de Laranjas Mecânicas, Bananas de Dinamite (Cajazeiras-Paraíba, Arribaçã Editora, 2021), ao quinto volume de seu Tratado Poético-Filosófico, de seis que pretende publicar. Trata-se da continuação de um longo poema em versos livres, um discurso utópico, em que procura reconstituir a história da Humanidade e seus muitos saberes e numerosos fracassos.  

Poeta que sempre operou a anarquia nos gêneros, espécies e formas literárias como maneira de se libertar do peso da tradição que sempre impediu que se fizessem voos mais altos e abertos para a intuição, Solha volta a fazer a junção do popular com o erudito, exigindo de seu leitor um conhecimento profundo não só de Literatura e Filosofia como de fatos que marcaram a vida no planeta, com citações que vão desde o Evangelho de João até Machado de Assis, passando por Descartes, Santos Dumont, Frida Khalo, Salvador Dali, Mozart, Caravaggio, Bela Bartok, Shakespeare, Charlie Chaplin, Freud, Stendhal, Tolstoi, Darwin, Gilberto Gil, Gal Costa, Ivete Sangalo e muitos outros nomes representativos da cultura mundial e nacional. 

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