Whitman

 Há muito,

cruzei-me com Whitman.

 Olhou-me,

sorriu e seguiu caminho,

sem sequer me “ler” por alto.

 Do cheiro das suas barbas

senti-lhe o aroma a poesia.  

 Parado,

senti nos poros a revolta   

do sangrar da seiva branca,

por onde árvores feridas,

gritam molhadas de dor.

Desfraldo as velas do meu sonho,

agarrado às palavras por escrever.  Image

Solidões Sagradas

 

Há textos doridos,

esmagadores na mensagem.

 

Nascidos em pensamentos

lancinante de tristeza,

gritados em aroma perdido

de sofrimento sem mágoa.

 

Há letras esmagadas

por ingratas ilusões

e mãos que escrevem

incapazes de o negar.

 

As palavras

toldadas de verdade    

sangram do seu próprio acreditar.