SÓ PARA NÃO ESQUECER | Paulo Marques

Há quatro décadas Portugal era um país triste, pobre, atrasado e analfabeto, em guerra em três colónias (que se arrastou por treze penosos anos). Nesse tempo, os mais audazes partiam rumo à emigração e os que ficavam tinham de se sujeitar às regras dum país pequenino e mesquinho, conservador e moralista, em que o lápis azul da censura “selecionava” o que os portugueses podiam ou não saber. Uma moral castradora que cortava o beijo do filme Casablanca, proibia os Beatles e a Coca-Cola, punia com multa um beijo na boca em público…

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11) – C19 Upshot | Repensar as cidades e o modo de vida | Paulo Querido

Repensar as cidades e o modo de vida

Talvez a principal oportunidade proporcionada pelo coronavirus seja a de repensarmos a forma como nos organizamos nas cidades. Ao longo dos milénios vimos acumulando mais e mais pessoas, recursos e riqueza em cidades que se tornaram estados e cresceram até se tornarem megacidades complicadas de gerir, que começam a criar mais problemas do que as soluções que oferecem. A insustentabilidade do modelo mega é hoje notória. A leitura de dois artigos abaixo propostos é uma reflexão intensa sobre o nosso modo de vida – e como o vamos modificar.

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Querido Frederico Duarte Carvalho | (…) daqui te escreve o camarada Salazar | Tiago Salazar

Querido Frederico Duarte Carvalho

Para falar de Abril e da Revolução, daqui te escreve o camarada Salazar, o único membro do Partido Comunista Português (PCP) de apelido conotado com o fascismo. Era simpatizante e votante de longa data do PCP, e passei a militante de cédula e quotas (opcionais), num Abril de há dois anos. Ninguém me sondou ou aliciou. Fui pelos meus pés, amadrinhado pela Ana Margarida De Carvalho, sem que a amizade ditasse a minha escolha.

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