Repensar as cidades e o modo de vida

Talvez a principal oportunidade proporcionada pelo coronavirus seja a de repensarmos a forma como nos organizamos nas cidades. Ao longo dos milénios vimos acumulando mais e mais pessoas, recursos e riqueza em cidades que se tornaram estados e cresceram até se tornarem megacidades complicadas de gerir, que começam a criar mais problemas do que as soluções que oferecem. A insustentabilidade do modelo mega é hoje notória. A leitura de dois artigos abaixo propostos é uma reflexão intensa sobre o nosso modo de vida – e como o vamos modificar.

Joel Kotkin na Quillete // The Coming Age of Dispersion . One possible consequence is an acceleration of the end of the megacity era. In its place, we may now be witnessing the outlines of a new, and necessary, dispersion of population, not only in the wide open spaces of North America and Australia, but even in the megacities of the developing world. Much of this has been driven by high housing prices and growing social disorder in our core cities, as well as the steady rise of online commerce and remote working

Sumário. Há milhares de anos que convergimos para as cidades, que nos oferecem comodidades sem rival. Mas a concentração em mega-cidades apresenta diversos problemas, a começar pela insustentabilidade alimentar e de saúde. O autor entende que a presente pandemia pode acelerar uma tendência de desaceleração que diz já existir. E justifica. Muito interessante, imperdível.

Escolha e notas de Paulo Querido
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David Simon, The Conversation // Cities are at centre of coronavirus pandemic – understanding this can help build a sustainable, equal future . From its origin in Wuhan, China, COVID-19 has spread to become a predominantly urban-focused pandemic. Although much data on the pandemic is still unavailable, it is clear that urban areas have been at the epicentre. We can seize this opportunity to improve how we build, organise and use cities. To do this, though, we need to look more closely at the urban spread of coronavirus to understand its impact on existing inequalities.

Onde mexe comigo? A organização da nossa vida em torno da geometria citadina vai levar um tremendo rombo. A pandemia expôs com crueldade o mapa das ‘artérias da desigualdade’ em que assentam as cidades. Das minorias aos lares de idosos passando pela poluição, os responsáveis urbanos têm muito por onde mudar e a pandemia proporciona dados e sobretudo motivação.

Escolha e notas de Paulo Querido
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George Friedman, Geopolitical Futures // Recession and Depression . A recession is an essential part of the business cycle. Among other things it culls the weaker businesses and redistributes capital and labor for better uses. It is painful but necessary and it ends as it began, as a function of a healthy economy.

Sinopse A diferença entre depressão e recessão é que a última faz parte da economia e funciona como um fogo natural, limpa a mata, mas a depressão altera a prévia ordem social em economia e política. Depressões são mais raras mas estamos à beira de uma.

Escolha e notas de JL Andrade
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Evgeny Morozov, The Guardian// As ‘soluções’ tecnológicas para o coronavírus levam o estado de vigilância para o próximo nível. O papel dos revolucionários digitais é interromper tudo, exceto a instituição central da vida moderna o mercado, escreve Evgeny Morozov. ler ☞

The Guardian// Governments in at least 25 countries are employing vast programmes for mobile data tracking, apps to record personal contact with others, CCTV networks equipped with facial recognition, permission schemes to go outside and drones to enforce social isolation regimes. ler ☞

Edith M. Lederer, AP// The head of the U.N. food agency warned Tuesday that, as the world is dealing with the coronavirus pandemic, it is also “on the brink of a hunger pandemic” that could lead to “multiple famines of biblical proportions” within a few months if immediate action isn’t taken. ler ☞

Lourdes Lucio, El País// La “gran alianza” que propone el presidente de la Junta, Juan Manuel Moreno (PP), para combatir la “pandemia socioeconómica” que se avecina en Andalucía nace con grandes incertidumbres. Vox, aliado parlamentario del Gobierno de coalición de PP y Ciudadanos, tiene la llave de la estabilidad desde el mismo día en que Moreno fue investido presidente en enero de 2019 poniendo fin a casi 37 años seguidos de mandatos socialistas. Y fue este grupo el que más pegas puso este viernes a ese acuerdo de emergencia al que el PSOE, el principal grupo de la Cámara y de la oposición, dice estar dispuesto a sumarse. “No se puede ser amigos de todos”, advirtió el portavoz de la formación de ultraderecha, Alejandro Hernández. ler ☞

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