Se Não Agora, Quando?, de Primo Levi

Se Não Agora, Quando

Este célebre romance de Primo Levi oferece-nos um novo quadro do judaísmo da Europa Oriental, centrado não já sobre a realidade das pequenas cidades-gueto da Galícia ou da Rússia, mas sobre a epopeia em parte ignorada dos seus grupos de resistentes que, durante a Segunda Guerra Mundial, travaram por vezes combates de vanguarda e lutaram frequentemente em duas frentes pela conquista de uma pátria, de uma dignidade e de uma identidade que até então lhes haviam sido negadas.

Através das aventuras de um desses grupos, pode assim vislumbrar-se o destino de todos aqueles que, sendo simultaneamente polacos ou russos e judeus, encontraram na Resistência uma dramática oportunidade para a si próprios se resgatarem, afirmando-se como gente livre. «Tínhamos encontrado, na neve e na lama, uma nova liberdade, desconhecida dos pais e dos avós, um contacto até então inexperimentado com amigos e inimigos, com a natureza e a ação.» E se os não tivessem então assumido, quando teriam voltado a ter possibilidade de agir como protagonistas?

Nas livrarias a 9 de Setembro

Uma Noite de Inverno, de Simon Sebag Montefiore

Uma Noite de Inverno

Moscovo, 1945. Enquanto Estaline celebra a vitória sobre Hitler, ouvem-se tiros ao longe. Numa ponte da cidade são encontrados os corpos sem vida de um casal de adolescentes. É uma tragédia de contornos invulgares. Rosa e Nikolai eram filhos de dois líderes do Kremlin, estudavam numa escola de elite, eram modelos de virtude.

Estamos perante um crime? Um pacto suicida? Ou uma conspiração?
A investigação, conduzida pelo próprio Estaline, estende-se ao círculo restrito das famílias mais poderosas do império. Várias crianças são feitas prisioneiras e obrigadas a testemunhar contra os pais e amigos. A pouco e pouco, são revelados os amores ilícitos e os segredos da alta sociedade de Moscovo, cruelmente exposta no seu esplendor e decadência.

Protagonizado por algumas das mais marcantes figuras históricas do século xx, Uma Noite de Inverno é uma viagem única aos meandros da vida privada da elite soviética na década de 1940.
Nas livrarias a 9 de Setembro

40xAbril

40xAbril

ABRIL ILUSTRADO | A exposição abre na próxima sexta-feira, dia 5 de setembro, a partir das 22 horas. Contará com a presença de alguns ilustradores e poetas participantes no projecto.
“Falaremos desta ideia e falaremos de poesia. A poesia que ilustra esta significativa exposição. Apareçam.”, José Teófilo Duarte.

A exposição estará patente na Casa da Cultura de Setúbal.

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As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia, de António Tavares

As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia

Olhar para trás, para os anos mais importantes das nossas vidas – aqueles que nos tornaram o que hoje somos – nem sempre se revela tarefa fácil; mas o narrador deste romance terno e deslumbrante tem, desde pequeno, um companheiro inseparável que, até certo ponto, facilita as coisas: um caderno de papel pardo com linhas, comprado, ainda nos anos 1960, em Moçâmedes, no qual foi registando – com palavras, desenhos, fios de cabelo, pétalas, sangue, sémen – os episódios que marcaram decisivamente a sua história.

Com uma simplicidade invejável e, ao mesmo tempo, parecendo ter uma biblioteca dentro, As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia, finalista do Prémio LeYa em 2013, é um romance de formação tão enternecedor como Cinema Paraíso, só que com livros em vez de filmes.

Os Interessantes, de Meg Wolitzer

Os Interessantes

Numa noite de verão de 1974, seis adolescentes encontram-se num campo de férias e planeiam uma amizade para toda a vida. Jules, Cathy, Jonah, Goodman, Ethan e Ash ensaiam a atitude cool que (esperam) os defina como adultos. Fumam erva, bebem vodka, partilham os seus sonhos. E, juram, serão sempre Os Interessantes.

Décadas mais tarde, a amizade mantém-se embora tudo o resto tenha mudado. Jules, que planeava ser atriz, resignou-se a ser terapeuta. Cathy abandonou a dança. Jonah pôs de lado a guitarra para se dedicar à engenharia mecânica. Goodman desapareceu. Apenas Ethan e Ash se mantiveram fiéis aos seus planos de adolescência. Ethan criou uma série de televisão de sucesso e Ash é uma encenadora aclamada. Não são apenas famosos e bem-sucedidos, têm também dinheiro e influência suficientes para concretizar todos os seus sonhos.

Mas qual é o futuro de uma amizade tão profundamente desigual? O que acontece quando uns atingem um extraordinário patamar de sucesso e riqueza, e outros são obrigados a conformar-se com a normalidade?

Nas livrarias a 2 de Setembro

A incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário Ikea

capa_faquir

Hilariante, mordaz, um sucesso mundial traduzido para 36 países.

Estreia de Romain Puértolas é o maior fenómeno da literatura francesa atual.

A crítica foi unânime, também o foram os milhares de leitores: A incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário Ikea, romance de Romain Puértolas, foi a grande surpresa da literatura francesa atual e chega finalmente às livrarias nacionais no dia 1 de setembro, numa edição Porto Editora.

Uma «pérola de humor» (Livres Hebdo), este é «o livro mais divertido do momento e, como se isso não bastasse, uma reflexão profunda sobre o destino dos imigrantes ilegais» (Radio RTL). Trata-se de uma aventura rocambolesca e hilariante passada nos quatro cantos da Europa e na Líbia pós-Kadhafi, uma história de amor efervescente, mas também o reflexo de uma terrível realidade: o combate travado por todos os clandestinos, últimos aventureiros do nosso século.

Romain Puértolas estará em Lisboa nos dias 10 e 11 de setembro e disponível para entrevistas.

 

O Homem que fez tudo

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Com a Ditadura Militar, instaurada na sequência do golpe de 28 de Maio de 1926, Carlos Botelho Moniz assume a liderança da Câmara de Setúbal, cargo que desempenhará até 1930.

Alinhado politicamente com o novo regime e contando com o apoio dos comandos militares locais, Botelho Moniz, que conhece a realidade sociológica da cidade – com uma matriz fortemente operária de cariz ideológico libertário -, decide seguir uma estratégia de não afrontamento com as associações de classe. Para o efeito não hesita em tomar medidas populistas, em contraciclo com os afetos ideológicos da Ditadura Militar.

Junto do novo poder, ainda não totalmente consolidado, insinua-se como instrumento de pacificação da antiga “Barcelona portuguesa”, conseguindo apoios e ajuda financeira para os seus projetos. Apresenta-se como líder de um grupo de cidadãos que à margem da política conseguiu aquilo que aos políticos nunca foi possível. O discurso protofascista contra a incompetência dos “políticos” face à capacidade realizadora dos técnicos era bem evidente.

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Fernando, em Pessoa – com José Nobre

Pessoa02José Nobre recria Fernando Pessoa no Café das Artes, no próximo dia 29 pelas 23:30, na casa da Cultura de Setúbal. O Das Culturas quis saber mais.

Que Fernando, em Pessoa, é este? Um último heterónimo?

É o próprio, o ortónimo. Pensei primeiramente em ‘compor’ um Álvaro de Campos e dizer a ‘Tabacaria’, mas depois achei mais interessante ser o Fernando, ele mesmo, em Pessoa, a ler, não só a ‘Tabacaria’ como outros escritos de outros heterónimos. Torna a experiência mais rica.

A envolvência cénica do ‘Café das Artes’ convida à descontração, como concebeu este espetáculo?

Claro que é um espetáculo muito descontraído, contrariando um pouco a essência tímida e angustiada do poeta. Aqui o Sr. Fernando sai do armário, ou por outra, vasculha poemas no seu famoso baú e trá-los à luz do presente, compara-os, estabelece pontes entre alguns e conclui que andou dizendo as mesmas coisas durante toda a sua vida, usando diferentes vozes.

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Citando Mário Cláudio

Retrato de Rapaz

Se se curava de afeiçoar os lábios de uma excelsa cortesã, uma dessas que retinham o direito de se sentar à mesa ducal, pelando uma laranja com as unhas rebrilhantes de óleo de amêndoas doces, o impulso de Salai tendia a representá-los carnudos de incontida sensualidade. E quando se tratava de suspender sobre uma paisagem de montanhas longínquas um inconsútil véu de neblina, logo ele o transformava numa nuvem pardacenta, e ameaçadora de borrasca. Cabia pois ao pintor mitigar-lhe os deletérios ímpetos da juventude, significados na busca do que se afirma intenso em prejuízo do que se mostra ameno, coisa que tão-só os génios desprovidos de idade, sobrepondo-se às contingências do tempo, são capazes de contrariar. E um tal extravio dos sentidos, ou um afogadilho assim da vontade, revelava-se na selecção das cores que o jovem empregava, investindo nesse apetite dos extremos que orienta a conduta dos adolescentes de sempre.

Retrato de Rapaz, de Mário Cláudio, D. Quixote

leia a recensão no Acrítico – leituras dispersas.

Uma Outra Voz, de Gabriela Ruivo Trindade

Um romance a várias vozes, cada uma narrando uma história pessoal, todas encadeadas a partir da mudança de protagonista, ou de uma morte ou de outra perda qualquer. Cada nova voz surge quando a outra se cala para sempre. A vida que deixamos por viver carrega uma dor que se transmite. As vozes dão-lhe expressão, corpo e alimentam a narrativa deste romance numa estrutura invulgar tecida com inegável sensibilidade.

A história de uma família ao longo de um século; podia resumir-se este romance desta forma, porque tudo o mais não fará justiça a esta obra ou à escrita de Gabriela Ruivo Trindade. Um livro que convida a demorar-nos numa frase, a reler toda uma extensa passagem, descobri-la como um refrão cantado numa voz que não nos cansamos de escutar. Encontramos aqui a magia das histórias de encantar, da oralidade vertida numa escrita cuidada e trabalhada com enlevo e o relato lúcido de toda a solidão com que conseguimos preencher a nossa vida.

…entregar-me nos braços da morte como quem enrola um velho cobertor de que já conhece o cheiro.

leia a recensão completa no Acrítico – leituras dispersas.

Máscaras de Salazar, de Fernando Dacosta

Fernando Dacosta, acreditado como correspondente da imprensa internacional, transforma-se, por via da dona Maria, em assíduo de S. Bento, e consequentemente num quase confidente de Salazar. O autor não se assume como um homem da situação. Não fui eu quem escolheu a época do Salazarismo para existir, desabafa.

Salazar está aqui neste livro por inteiro, mais em lenda do que em relato histórico, e através do testemunho de Fernando Dacosta entramos na intimidade possível, nas suas máscaras e nas máscaras do próprio autor.

Leia mais em Acrítico – leituras dispersas.

Campo Santo, de W. G. Sebald

Campo-SantoPublicado logo após o acidente que vitimou Sebald, em 2001, este volume reúne textos sobre uma estada na Córsega. Aí, uma vez instalado num pequeno hotel, à semelhança do «método» utilizado noutras obras para aceder aos caminhos da memória – coletiva e individual –, dá longos passeios solitários pela ilha. Estas são, portanto, as notas de um viajante do tempo, na sua contínua busca pelo sentido profundo da História.

Ao conjunto de textos sobre a Córsega, segue-se uma série de pequenos ensaios literários sobre Nabokov, Kafka e Chatwin, entre outros.

W.G. Sebald nasceu em 1944 em Wertach, na Alemanha. Viveu desde 1970 em Norwich, no Reino Unido, onde foi docente de Literatura Alemã. Prosador e ensaísta, é autor de livros que marcaram a literatura contemporânea, como Os Anéis de Saturno, Austerlitz, Os Emigrantes ou História Natural da Destruição, entre outros, tendo sido galardoado com os prémios literários Mörike, Heinrich-Böll, Heinrich-Heine e Joseph Breitbach.

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O esboço e a obra-prima.

A inocência do olhar permite ver no esboço a obra-prima que ainda não foi criada. O artista Telmo Pieper recria, em obras de arte digital, os seus desenhos de infância. Os desenhos de quando tinha 4 anos de idade funcionam, vinte anos mais tarde, como esboço das suas obras. Saiba mais aqui.

Visite a página oficial de Telmo Pieper.

A Terceira Revolução Industrial

Terceira Revolu‹ção Industrial

Como a nova era da informação mudou a energia, a economia e o mundo.

O preço da energia e dos alimentos está a subir, a taxa de desemprego continua elevada, o mercado imobiliário afundou-se, o nível de dívida dos consumidores e dos governos é crescente e a recuperação económica está a abrandar. Diante da perspetiva de um segundo colapso da economia global, o mundo está desesperado por um plano económico sustentável que nos oriente rumo ao futuro.

Jeremy Rifkin demonstra como a tecnologia, a Internet e as energias renováveis estão a fundir-se de maneira a criar uma poderosa terceira Revolução Industrial. Paralelamente, Rifkin descreve o modo como os cinco pilares da terceira Revolução Industrial irão criar milhares de empresas e milhões de postos de trabalho, inaugurando uma reordenação fundamental de relações humanas que irá alterar a forma como conduzimos os nossos negócios, governamos a sociedade ou educamos as nossas crianças.

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VERBO — Deus como interrogação na poesia portuguesa

VerboA Assírio & Alvim publica uma antologia poética organizada por José Tolentino Mendonça e Pedro Mexia.

Tem o título Verbo — Deus como interrogação na poesia portuguesa, porque Deus existe, na poesia como na vida, em modo interrogativo, mesmo para quem tem fé. Esta não é uma antologia para crentes ou para não-crentes, é uma antologia de poesia que dá exemplos de um tema, de um motivo, de uma obsessão, exemplos portugueses, numa época que também nos deu Claudel, Eliot, Luzi ou Milosz, poetas com uma questão, com uma pergunta que nunca está respondida.

Este livro reúne poemas de Vitorino Nemésio, Ruy Cinatti, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, Fernando Echevarría, José Bento, Ruy Belo, Cristovam Pavia, Pedro Tamen, Armando Silva Carvalho, Carlos Poças Falcão, Adília Lopes e Daniel Faria.

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Njinga, Rainha de Angola

Njinga, Rainha de Angola, juntou angolanos alguns actores angolanos e portugueses na rodagem do filme e estreia hoje nas salas de cinema portuguesas. Fazem parte do elenco os actores Erica Chissapa, Ana Santos, Sílvio Nascimento, Miguel Hurst, Jaime Joaquim e Orlando Sérgio. O argumento é assinado por Joana Jorge, a produção executiva fica a cargo de Coréon Dú, Sérgio Neto e Renato Freitas e a realização pertence a Sérgio Graciano. O filme pode ser visto no Centro Comercial Colombo, Cascais Shopping e no Dolce Vita.

saiba mais aqui

Grandes Soberanos Destronados, de Américo Faria

K_SoberanosDestronados_altaAo longo da História da Humanidade e desde tempos imemoriais, muitos são os exemplos de reis e imperadores que são forçados a abdicar da sua governação. Insatisfação popular, revoltas familiares, intrigas palacianas ou simples desistência pessoal estão na base de grandes mudanças nos destinos de nações e de impérios.

Do aguerrido D. Sancho II, de Portugal, ao ponderado D. Pedro II, do Brasil, do feroz Vitélio, de Roma, ao tranquilo Leopoldo, da Bélgica, entre muitos outros soberanos, este livro apresenta os motivos e descreve as façanhas que levaram às suas deposições.

Numa viagem memorável por diversas épocas e civilizações, Grandes Soberanos Destronados é um livro essencial a todos os amantes das grandes mudanças que marcaram a História da Humanidade.

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II ARRUADA – Culsete

AssombrasdeD.JoãoII_conviteÉ já na próxima 5.ª feira, 10 de julho, às 18:30, que será lançado na Culsete o livro AS SOMBRAS DE D. JOÃO II, da autoria de Jorge Sousa Correia.

A obra será apresentada por Sandra Araújo e Elsa Santos.

Esta apresentação está incluída no programa da II Arruada de livros Culsete. Venha descobrir um pouco mais da vida deste rei tão ligado a Setúbal.

Esperamos por si.

A Ilha dos Espíritos, de Camilla Läckberg

A Ilha dos EspíritosErica e Patrik sobreviveram ao trágico final de A Sombra da Sereia, mas não saíram incólumes desses terríveis eventos. Ainda a recuperar, Patrik regressa à esquadra depois de uma baixa prolongada. Mal se sentou na secretária viu-se envolvido numa nova investigação. Mats Sverin, um antigo colega de liceu de Erica, foi encontrado morto em casa com uma bala na cabeça. Mas ninguém tem nada a dizer dele.

Por onde passou deixou boas recordações e todos parecem concordar que era um jovem simpático, apesar de nada deixar transparecer da sua vida E é este o grande desafio de Patrik: chegar à verdade por detrás das aparências. Mais uma vez vai contar com a inesperada ajuda de Erica para descobrir o horror que esconde a sinistra ilha de Gråskär, a ilha dos espíritos, onde se refugiou uma antiga namorada de Mats com o filho…

Contos Maravilhosos, de Hermann Hesse

Contos MaravilhososPoucos leitores parecem estar cientes de que Hermann Hesse, o autor de romances épi­cos como O Lobo das Estepes ou Siddharta, escreveu igualmente magníficos textos de prosa poética. Esta colectânea reúne os contos mais emblemáticos da obra do autor, onde se inclui Os Dois Irmãos (Die beiden Brüder), o seu pri­meiro trabalho em prosa, escrito quando Hesse tinha apenas dez anos.

São pequenas histórias, em linguagem sim­ples mas plenas de simbolismo e referências filosóficas, que remetem para um mundo além da efabulação. A experiência como elemento unificador do homem e do universo, a busca de harmonia e unidade do indivíduo no seu confronto com o mundo são temas que per­passam estes contos onde habitam a fantasia e a visão mágica dos seres e da Natureza.

II Arruada – Culsete

Arruada IIbAmanhã, 4 de Julho, a partir das 18:00, esperamos por si na Culsete, para a inauguração da II ARRUADA DE LIVROS.

A animação estará a cargo do TAS – Teatro de Animação de Setúbal, que apresentará UMA MÃO CHEIA DE…, com Célia David, Sónia Martins e Susana Brito.
Depois da apresentação SERÁ OFERECIDO UM LIVRO a todos os que tenham estado presentes desde o início na inauguração.

Às 21:30 apresentamos uma sessão de cinema mudo ao ar livre, com o filme A QUIMERA DO OURO, de Charles Chaplin, programada por Leonardo Silva.
Apareça. Contamos consigo.

II ARRUADA – Culsete de 4 a 13 de julho

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A Culsete vai realizar entre 4 e 13 de Julho a II ARRUADA DE LIVROS, uma atividade livreira de promoção do livro, que contará com diversos eventos de animação e mediação da leitura e não só. Como pode ver no programa que anexamos, teremos encontros de poesia, lançamentos e apresentação de livros, uma homenagem ao poeta Miguel de Castro, palestras sobre temas diversos, uma noite de cinema, além dos momentos musicais e da tarde especialmente dirigida às crianças.

Um programa de deixar todos com água na boca. Os nomes dos participantes falam por si.

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Citando Gabriela Ruivo Trindade

Uma Outra Voz

Um completo estranho, o meu corpo. Às vezes parece-me que tenta falar comigo, mas não entendo patavina do que diz. Chego a acreditar que me roubaram o antigo corpo ou o deitei fora. Talvez o tenha despido, como quem arranca o pijama de manhã, e me tenha enfiado noutro. Usado, ainda por cima. Gasto, velho e com defeito.

O ventre é o meu pólo sul. Para lá não existe nada. Ou talvez devesse dizer: o ventre é uma espécie de fim do mundo. Uma falha geológica gigantesca que separasse uma península do continente e a lançasse, errante, no coração do oceano. Eu sou o que sobra desse continente desmembrado; o resto partiu, levado na corrente marítima, não sei para onde.

O resto. As pernas, os pés e o baixo-ventre; tudo o que fica abaixo do umbigo. Aliás, se não visse todos os dias as minhas pernas, pensaria que mas tinham amputado. Se não visse o tubo da algália, a sua extremidade a desembocar naquele saco em que se vai acumulando o líquido amarelo que (dizem) é a minha urina; se a enfermeira não viesse todos os dias baixar-me as calças em movimentos lentos e pacientes, abrir-me a fralda, retirar cuidadosamente o tubo de borracha em volta do pénis, depois virar-me de lado com a ajuda de dois auxiliares e lavar-me o rabo como se fosse um bebé, juraria que não tenho sexo, nem cu; que nem sequer cago, pois nem sinto a merda agarrada às nádegas, aos pêlos; eu deitado em cima da minha própria merda, um bebé de vinte e quatro anos. Queria ao menos vomitar o nojo. Mas nem isso. Arrancaram-me as tripas, os pulmões, o coração. Talvez só me reste o cérebro.

Uma Outra Voz, Gabriela Ruivo Trindade, prémio Leya 2013.

Ana María Matute (1925-2014), por Cristina Carvalho

Ana-María-Matute

MORREU hoje aos 88 anos, na sua casa em Barcelona, uma das maiores escritoras da actualidade, a catalã ANA MARIA MATUTE.

Reconhecida e aclamada em todo o mundo, foi a terceira mulher a receber o Prémio Cervantes pela sua obra literária e também inúmeros prémios literários internacionais, tendo sido por três vezes proposta e candidata ao Prémio Nobel de Literatura.

Conhecia-a pessoalmente e apresentei-a em Lisboa, em 2011, no Instituto Cervantes.
Escreveu romances sobre a infância e para a juventude; interpretou todos os mitos dos rituais de passagem dos adolescentes à idade adulta, incluiu o sobrenatural e a fantasia e aprofundou essa necessidade de fantasia na vida dos seres humanos.
A morte de ANA MARIA MATUTE deixa-me, profundamente, triste. Por várias razões.

Cristina Carvalho, escritora. Retirado do facebook.

O Das Culturas já havia publicado um texto de Cristina Carvalho sobre Ana María Matute e o seu universo literário.

Setúbal – Exposição Regional de 1930

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Numa cidade em crise social e económica profunda, com o movimento operário praticamente esmagado, realiza-se a grande exposição regional de 1930. Setúbal rende-se ao esplendor da ordem e do progresso da Ditadura Militar. Albérico Afonso Costa, no seu livro Setúbal Sob a Ditadura Militar, deixa-nos um testemunho precioso desse tempo. A Barcelona portuguesa, do movimento operário, veste uma capa cosmopolita e burguesa.

«A ideia de que esta exposição era uma obra inspirada no Governo da Ditadura Nacional e nos novos credos ideológicos perpassa no discurso jornalístico: “A Exposição Regional de Setúbal não é uma feira de amostras banal, confusa, irregular – características estas que se topam dezenas de vezes em certames do mesmo género. É uma grande afirmação económica. É um índice precioso de riqueza de uma região. Mas é, principalmente, uma obra organizada com método, ordem e disciplina” »

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Bem Hajam! – Apontamentos de Viagem à Arménia

Bem Hajam!

Poucos escritores foram confrontados com tantas das tragédias em massa do século XX como Vassili Grossman, e é provável que este seja lembrado, acima de tudo, pela terrível clareza com que escreveu sobre o Holocausto, a Batalha de Stalinegrado e a Grande Fome da Ucrânia. No entanto, Bem Hajam! ‒ Apontamentos de Viagem à Arménia, mostra-nos um Grossman muito diferente, notável pela sua ternura, pelo seu entusiasmo e sentido de humor. Este é, de longe, o seu livro mais pessoal e intimista, dotado de um ambiente de espontaneidade absoluta, em que Grossman parece estar simplesmente a conversar com o leitor acerca das suas impressões sobre a Arménia – as suas montanhas, igrejas antigas, gentes e costumes –, enquanto, ao mesmo tempo, examina os seus pensamentos e estados de espírito.

Diários

Diários

Os diários de George Orwell (1931-1949) dão a conhecer a vida do escritor que marcou o pensamento político do século xx. Escritos ao longo da sua carreira, os onze diários que sobreviveram – sabe-se que haverá outros dois da sua permanência em Espanha guardados nos arquivos da NKVD em Moscovo – registam as suas viagens de juventude entre os mineiros e os trabalhadores migrantes, a ascensão dos regimes totalitários, o horrível drama da Segunda Guerra Mundial, bem como os acontecimentos que inspiraram as suas obras-primas: O Triunfo dos Porcos e 1984.

As entradas de carácter pessoal reportam um dia-a-dia muitas vezes precário, a trágica morte da sua primeira mulher, e o declínio de Orwell, vítima de tuberculose.

Um volume tão importante para conhecer Orwell como a autobiografia que nunca viria a escrever.

Gostas do que Vês?

Gostas do que Vês

Natália e Cecília não se conhecem. São duas mulheres jovens muito diferentes, uma introvertida e amargurada, a outra confiante e determinada. Mas têm a irmaná-las o excesso de peso – e, apesar de cada uma lidar com ele à sua maneira, fugindo do espelho ou assumindo o corpo, a verdade é que nem sempre é fácil viver numa sociedade com os cânones de beleza instituídos e na qual se convive diariamente com o preconceito.

Natália está convencida de que não merece ser feliz; Cecília, pelo contrário, numa atitude desafiante, defende a beleza das suas curvas e o seu direito à felicidade, independentemente da diferença e da discriminação social.

Num mundo em que se mascara a felicidade com plásticas e dietas loucas, Rute Coelho construiu uma história realista e surpreendente sobre a forma como podemos e devemos assumir o nosso corpo, aprendendo a gostar dele através das mudanças necessárias.

Amanhã nas livrarias.

Razia

Razia

Espécie de antologia do mal-dizer, Razia é um jogo de culpas disforme como um espelho de ver monstros. Para rir muito a sério.

«A culpa é dos autores desses textos que contaminam o pensar do homem-comum. Como se o homem-comum quisesse sempre algo mais, quisesse sempre ser mais do que é. Quem é que lhes disse, a esses intelectuais que escrevem esses textos idealistas, que eles são necessários? Eles que vão mas é trabalhar, que isso de escrever nunca foi trabalho, como toda a gente sabe. Criador que eu saiba só há um. Parem de inventar.»

 

Quatro Cantos do Mundo – Lançamento

QC_eventoQuatro Cantos do Mundo é uma viagem ao planeta Terra, ao seu lado mais profundo, desconhecido e misterioso. Um devaneio literário como lhe chama a autora, uma viagem por locais físicos, percorridos pelo olhar irrequieto da nossa imaginação. Recantos apenas acessíveis a um devir poético. São quatro contos entregues a um narrador que nos chega do infinito universo, ele próprio viajante das estrelas e que nos fala a partir do ponto de vista das crianças ou dos jovens. Só a curiosidade de um coração puro vence o medo do desconhecido e só uma mente livre do peso do bem e do mal consegue escutar a voz pela qual a natureza nos fala. Então, todas as viagens se tornam possíveis.

Este livro vai ser apresentado por CARLOS FIOLHAIS, físico, professor universitário, divulgador da ciência e ensaísta português. É um dos cientistas e divulgadores de ciência portugueses mais conhecidos em Portugal e no mundo.

Leituras por ANDRÉ GAGO.

Que ninguém falte! Leia a recensão no Acrítico – leituras dispersas.

The Beat Hotel

Beat-Hotel-2

A poesia da Beat Generation foi o motivo para a festa. Festa que aterrou em grande delírio naquele palco do Teatro do Bairro. André Gago convoca os protagonistas: Allen Ginsberg, Gregory Corso, Lawrence Ferlinghetti, William S. Burroughs, Jack Kerouac. Mas o fantasma de Jim Morrison passou por lá sem ser anunciado. Aliás, os fantasmas daquela gente toda andaram por ali num reboliço. As diferenças misturaram-se em saudável convívio. André Gago deu voz e corpo a um projecto que evoca os recitais que abriam os concertos dos grupos urbanos de referência na vida cultural de Nova Iorque e São Francisco nos anos cinquenta do século passado. Foi há bocadinho. Há coisas que não morrem. Ficam. Pairam. Charles Bukowski conta histórias destes extraordinários eventos no livro Mulheres, por exemplo. É por lá que afiança que a literatura aperfeiçoa a realidade.

André Gago e seus companheiros de performance — André Sousa Machado, Edgar Caramelo, Fausto Ferreira, Tiago Inuit e Vj Pedro Blanc — fizeram isso neste magnífico espectáculo: aperfeiçoaram uma realidade que conhecemos dos relatos escritos e de um ou outro registo gravado. Mas fizeram esta abordagem com apetites de contemporaneidade. A interpretação de André Gago é soberba. André é um actor soberbo.

Foi no Teatro do Bairro, no Bairro Alto, que testemunhei este recital único. Mas eles vão andar por aí. Não os percam de vista.

José Teófilo Duarte – blogOpertório

O Essencial dos Mundiais Para Ler em 90 Minutos

O Essencial dos Mundiais para Ler em 90 Minutos

«É de Jorge Valdano a frase que resume melhor aquilo de que se fala quando se fala de campeonato do mundo de futebol: “Bem-vindos ao mês em que todos os dias são domingo.”

…É fácil passar-se em cinco segundos da Itália fascista de 1934 à Coreia febril de 2002, usando como ponte apenas o nome do equatoriano Byron Moreno. Tão fácil como percorrer nas oito letras da palavra Gaetjens a distância que separa o Haiti de Belo Horizonte. Ou como gastar uma hora de debate animado a dissecar os 12 segundos com que Maradona arrasou o Império Britânico.

Todos estes seriam rumos possíveis para 90 minutos de conversa. Ou para um livro que pretende apresentar-lhe nessa hora e meia (mais descontos…) os nomes e momentos essenciais de uma história actualizada de quatro em quatro anos mas reescrita a cada frase começada por “lembram-se daquele golo/falhanço/roubo/gajo?” Mas escolhemos outro caminho. Um que começa e acaba no melhor golo de sempre, sendo estes dois golos tão diferentes como a água e a cerveja.»

Eusébio Como Nunca se Viu

Eusébio Como Nunca se Viu

Aqui está Eusébio como não se imagina. Em imagens nunca antes vista de intimidade e cumplicidade. E em histórias que são espantos: as sovas da mãe; o cauteleiro maneta que lhe mudou o destino; a camisola de Chico Buarque a fugir da ditadura; o trompetista que sonhara ser presidente dos EUA e que exigiu vê-lo; a PIDE aos tiros no lar onde vivia; a mala com 500 contos em notas que o pôs numa praia com os sapatos escondidos; a ideia de o raptarem antes do Mundial de 1966; os guarda-costas que não o largaram depois de mulheres se atirarem a uma piscina; o curto-circuito que não o matou no banho, mas matou um companheiro; os vistos que lhe negaram para levar o coração a Moscovo e a Maputo; o Benfica a desculpar-se por ele escapar, sorrateiro, à inauguração da Ponte sobre o Tejo. E em tanto, tanto mais… Eis Eusébio na fotobiografia que faltava!

Nunca me Encontrarão

Nunca me Encontrarão

Charles Boxer arruinou a sua vida familiar. Primeiro o exército, depois a polícia, seguindo-se missões de alto risco de resgate de vítimas de rapto. A ex-mulher e a filha aprenderam a viver sem ele à medida que o seu trabalho o foi levando a lugares de onde nenhum homem regressa ileso.

A tentativa de reconstruir um relacionamento com Amy, a sua filha adolescente, não tem sido fácil. Mas Boxer só percebe a que ponto as coisas chegaram quando Amy desaparece, provocando os pais com as últimas palavras do seu bilhete: «NUNCA ME ENCONTRARÃO.»

Porque não querem receber as notícias que todos os pais temem, Charles Boxer e Mercy Danquah aceitam o desafio. No entanto, depois de ter passado anos a localizar vítimas de rapto, Boxer sabe que, às vezes, o desaparecido não quer ser encontrado. E conhece o inferno que isto traz para as famílias – não está vivo nem morto, simplesmente desapareceu. Agora que o perigo lhe bateu à porta, Charles Boxer tem de desvendar o caso mais difícil em que alguma vez trabalhou.

Segredos de Amor e Sangue

Segredos de Amor e Sangue

Um livro que marca o regresso de Francisco Moita Flores à época em que Diogo Alves, o célebre galego que matava no Aqueduto das Águas Livres, era o grande protagonista do crime em Lisboa.

Moita Flores traz de volta o célebre criminoso como pretexto para reconstruir a Lisboa popular dos anos trinta do século XIX, um tempo em que a cidade se despia dos antigos trajes pré-liberais e dava os primeiros passos no Liberalismo emergente. Marcado pela violência e pela pobreza, este romance é uma história de ternura e de paixão, num tempo agreste, onde a força da Paixão e das Letras se impõe à voracidade da guerra e do crime, num país que tinha uma população com noventa por cento de analfabetos.

Uma obra fascinante sobre um momento pouco conhecido da História portuguesa.

Cláudio e Constantino

Cláudio e Constantino

Cláudio e Constantino, de Luísa Costa Gomes, é uma novela rústica em paradoxos – tem família em Voltaire e na Condessa de Ségur, mas também em Sterne, em Proust, na tradição romântica, nas Mil e Uma Noites… É um texto que usa um dispositivo ficcional paródico e humorístico para apresentar e brincar com alguns dos paradoxos clássicos da história da Filosofia. Dito assim, parece um romance filosófico, mas não… É sobretudo uma ficção que propõe um universo utópico, afectuoso e leve onde dois irmãos se deparam a cada momento com as grandes e pequenas questões que o conhecimento do mundo permanentemente lhes coloca.

Dizem que Sebastião, João Rebocho Pais

Dizem que Sebastião

Sebastião Breda, vice-presidente de uma multinacional, workaholic e quarentão abastado, percebe um belo dia que a vida lhe tem passado ao lado e decide remediar a solidão convidando uma colega para um jantar romântico. O problema é que a sua bagagem não vai além de estratégias de venda e planos de marketing – e o arraso que leva de Margarida à mesa do restaurante é humilhação bastante para que o seu coração acabe a pregar-lhe um valente susto. O médico recomenda-lhe então um ano de descanso, e Sebastião resolve aproveitá-lo a cultivar-se, fazendo, numa livraria da Baixa, um amigo que lhe dá bons conselhos e sentando-se junto às estátuas dos escritores espalhadas pelas praças e jardins de Lisboa, que, eloquentes à sua maneira, o iluminam sobre os mais diversos assuntos, entre eles, evidentemente, a questão feminina. Um ano depois, não se pode dizer que Sebastião seja o mesmo homem.

Dizem Que Sebastião é uma homenagem aos livros e ao que podemos aprender com eles até sobre nós próprios.

Amanhã nas livrarias.

Citando Aquilino Ribeiro

aquilino ribeiro

Esses combatentes, que se nos deparam pelas ruas coxeando ou amarfanhados num banco de jardim, pouco sabem dizer da guerra. Julguei de princípio que o troar da batalha e a brutal impressão os tivessem azoratado; engano; não sabem contar porque pouco ou nada viram. O seu horizonte era estreito como o campo abarcado por um binóculo em posição invariável. A guerra moderna despiu-se de tudo, até de paisagem. E estes licenciados ignaros lembram-me as testemunhas judiciais que têm apenas uma visão parcelar das audiências ou os actores quanto à peça que representam.

É A Guerra, de Aquilino Ribeiro, Bertrand reedição de 2014.

O espelho da origem

Espelho

A arte que vive do seu lado performativo, em que o artista integra o processo criativo imolando-se na obra final, tem feito a sua história graças a uma particular atenção dos média. Confrontado com o ato de exibicionismo gratuito, o artista invoca em sua defesa, o contexto artístico em que o ato de criação decorre.

A artista plástica luxemburguesa Deborah de Robertis expôs o seu sexo diante do quadro do pintor Gustave Courbet ‘A origem do mundo’, no Museu D’Orsay, em Paris. Podemos ler aqui a defesa que a artista fez da sua intervenção. Contudo, esta arte vive de uma relação de provocação e escândalo que deixaria de fazer sentido sem a presença dos média. É uma arte para o grande consumo em diferido, no conforto do nosso sofá. Alimenta o impulso consumista burguês, partindo da estética formal dos nossos conceitos para nos chocar. Transversal a todos cânones é uma arte para consumo maciço.

Outras intervenções artísticas do tipo disruptivo:

Miló MoiréAna Borralho e João Galante.

Dois Hotéis em Lisboa, David Leavitt

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Uma história de amor na Lisboa dos anos 1940.

Dois casais de forasteiros travam conhecimento na lisboeta e cosmopolita pastelaria Suíça. Estamos no ano de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, e Lisboa fervilha com milhares de refugiados – que esperam pelo visto e pela possibilidade de viagem para a América –, espiões e membros da realeza europeia.

Pete e Julia Winters são expatriados americanos burgueses que viviam em Paris; Edward e Iris Freleng são americanos também, mas mais ricos, sofisticados e boémios. Por coincidência, estão todos hospedados no Hotel Francfort, em Lisboa, mas não no mesmo.

É num ambiente de tensão e de total insegurança em relação a tudo, e em especial ao futuro, que a ligação entre os dois homens se desenvolve, acabando por se tornar num arrebatado relacionamento amoroso.

Um romance maravilhosamente escrito, com um forte pendor sexual e político.

A Rainha Descalça, Ildefonso Falcones

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Uma história de amizade, paixão e vingança que une a voz de duas mulheres pela liberdade.

No mês de janeiro de 1748, uma mulher negra deambula pelas ruas de Sevilha. Atrás de si deixou um passado de escravatura em Cuba, um filho que nunca mais tornará a ver e uma grande viagem de barco até à costa de Espanha. Caridad já não tem um dono que lhe dê ordens, mas também não tem onde dormir quando se cruza com Milagros Carmona, uma jovem cigana de Triana por cujas veias corre o sangue da rebeldia e a arte dos da sua raça.

As duas mulheres tornam-se inseparáveis e, entre sarabandas e fandangos, a cigana confessa à sua nova amiga o amor que sente pelo arrogante Pedro García, de quem a separam antigos ódios familiares. Pela sua parte, Caridad esforça-se por calar o sentimento que brota em seu coração por Melchor Vega, o avô de Milagros.

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ESCOLA DE DANÇA

dancaPara todos os aspirantes a estrelas de dança, chegou o nono livro desta colecção de sucesso, que vai continuar a fazer as delícias dos jovens leitores bailarinos.

ESCOLA DE DANÇA, Socorro, exames à vista!, de Aurora Marsotto.

Escrita por uma antiga bailarina profissional, esta colecção conta a emocionante vida diária de Violeta e seus amigos – as paixões, as amizades, as conquistas e as aventuras –, vivida no ambiente da Escola de Dança.

Em cada livro são dados conselhos e informações técnicas sobre ballet: as posições, como fazer um coque, como atar as sapatilhas.

ADEUS FAIRY OAK

FairyAs personagens que têm feito sonhar milhares de jovens leitores regressam agora com emocionantes aventuras neste último volume da nova tetralogia de Fairy Oak – os quatro mistérios.

FAIRY OAK, ADEUS FAIRY OAK de Elisabetta Gnone, uma história de sublimes encantamentos e mirabolantes aventuras.

Na colecção Fairy Oak os leitores são transportados para a vida de uma comunidade onde tudo o que acontece, se passa de uma maneira um pouco diferente, ficando o resto a cargo da imaginação.

Fairy Oak, é uma povoação mágica escondida num tempo imortal onde convivem em harmonia seres mágicos, bruxas, pessoas Sem Magia e pequenas fadas.

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NA CAMA DAS RAINHAS

Na-camaDepois do sucesso de Mataram a Rainha!, O Quarto do Rei e Na Cama dos Reis, chega agora mais um livro de Juliette Benzoni, considerada uma figura de primeiro plano no romance histórico do século XIX, tendo vários livros convertidos em séries televisivas e em filmes.

Este livro conduz-nos pelos amores secretos e nunca revelados das rainhas que fizeram a História.

Por detrás da vida faustosa que nos chega através dos livros de história, a verdade é que as rainhas, quase sempre tiverem uma vida conjugal infeliz. Desde casos de violência física a humilhações em frente à corte.

O que estas mulheres fizeram para sobreviver aos dias sombrios foi tentar encontrar o amor, sabendo que a sua vida poderia estar em risco.

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Quatro Cantos do Mundo

quatro-cUma homenagem a quatro grandes exploradores, que é também uma homenagem à curiosidade que faz avançar o conhecimento e a imaginação da Humanidade.

Neste novo livro, Cristina Carvalho reúne quatro aventuras em quatro ambientes diferentes do planeta Terra: o Pólo Norte, o deserto, a selva, o fundo do mar. Todas elas nos são contadas por um Viajante das Estrelas, que se aproximou do planeta e conta histórias que conheceu em quatro cantos do mundo…

Ao mesmo tempo, cada uma destas histórias é dedicada pela autora a um grande explorador do planeta, quatro figuras que foram para ela importantíssimas para estimular a imaginação e dar respostas à curiosidade pelo planeta que nos rodeia:

  • Amundsen, no Pólo Norte;
  • Livingstone, no deserto;
  • Richard Attenborough, na selva;
  • Cousteau nas profundezas do mar.

Uma aventura sem limites para leitores de todas as idades.

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AS LUZES DE SETEMBRO

LuzesChega agora ao fim a trilogia da Neblina, com o tão aguardado último romance de Carlos Ruiz Zafón, autor best-seller do The New York Times.

A encerrar esta memorável série, um extraordinário romance deste autor
universal que irá manter o leitor agarrado à história.

Um livro fascinante de intriga, fantasia , mistério e amor. Com reviravoltas inesperadas que prendem do princípio ao fim, e escrito com a mestria deste grande autor: uma narrativa elegante cheia de pormenores.

Uma história de aventura e mistério para jovens dos 9 aos 99 anos.

Razia, de Sarah Adamopoulos

raziaTrês doentes do espírito desfiam um rosário de maledicência, começando numa ponta (os artistas) e acabando noutra (os escritores de livros de auto-ajuda). Estranho mas banal exercício de condenação sumária do Outro diferente – de outra geração, de outra cultura, de outros costumes, ou tão simplesmente de outros sucessos, realizações a que os três arremessam sem pudor a arma de destruição maciça que constitui a inveja nacional, a que juntam uma também conhecida exaltação do passado, levando para a cena os nacionalismos da ordem do dia na Europa dos diferentes.

Espécie de antologia do mal-dizer, Razia é um jogo de culpas disforme como um espelho de ver monstros. Para rir muito a sério.

Interpretação: Ana Pinhal, António Jesus, João Monteiro, Tatiana Dias

Encenação: Joana Sabala

Produção: Teatro Areia Areia | Associação Cultural O Mundo do Espectáculo

Com o Apoio da Câmara Municipal de Almada

O grande manipulador.

FD_Set_02Fernando Dacosta esteve no Muito Cá de Casa, em Setúbal, para nos falar do Estado Novo e das suas manhas, dos seus personagens e das suas máscaras.

Salazar, que se confundia com o Estado Novo que ajudou a formatar, foi um grande conhecedor da natureza humana e manipulador de vontades, sonhos e aspirações. Percebeu como ninguém a forma de se perpetuar no poder, para o que contou com o parelho repressivo do Estado e não só.

O país vivia entregue a dois ditadores: fora de S. Bento mandava Salazar, portas adentro mandava a D. Maria. Impiedosa, impunha o seu poder com igual terror sobre os que a rodeavam. Fernando Dacosta, jornalista da imprensa internacional, cai-lhe nas boas graças. Torna-se assíduo de S. Bento e através das suas conversas com a D. Maria, lá vai escutando algumas reações a Salazar.

Homem austero e rural, Salazar não tinha fé alguma na natureza humana. Confidencia: a diferença entre um rico e um pobre, é que o pobre não tem posses para exercer a sua maldade.

O Estado Novo, os seus momentos mais tensos e o homem que se “perpetuou” no poder (a própria queda da cadeira), estiveram a debate. Como manda a tradição: entre a verdade e a lenda publique-se a lenda.

O Muito cá de Casa é uma iniciativa da DDLX e da Câmara Municipal de Setúbal – Divisão de Cultura, livraria Culsete, Ler de Carreirinha e BlogOperatório.

Citando Aquilino Ribeiro

aquilino ribeiro

No segundo andar, sobre a rua, moram os Legrand, que têm nurse inglesa.
Deve orçar esta entre os catorze e dezasseis anos e, na sua formosura picante, é assim como belas e disparates coisas, tulipas leite, luar, vinho velho, sonho, amalgamadas numa só. O H. B. entra no prédio e, sentindo-a a subir a escada, estuga o passo; ela por sua vez parece que afrouxa o seu. A altura do primeiro encontram-se, fitam-se. Enleio, dengue, sorriso da girl; desejo, rasgo, dominação dele. Ela tira da boca o bombom que estava a chupar e oferece-lho. Assim não estava bem; torna-o a meter na boca e ali, na concha de vermeil, lho dá com impudente afoiteza. Entente anglo-lusa, da que honra o Criador!

É a Guerra, Aquilino Ribeiro, Bertrand.

ILUSÕES E OUTRAS FICÇÕES – Setúbal

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Fernando Dacosta não se cansa de vasculhar o tempo de Salazar e a convivência do ditador com o poder. Escreveu vários livros sobre o assunto. Na próxima sexta-feira teremos a oportunidade de falar com o escritor sobre os seus livros e muito mais. O mote é o Estado Novo, e a conversa vai ser de arromba. É que o convidado tem mesmo muito para dizer. Convidados. Apareçam.
José Teófilo Duarte (blogOperatório)

O Muito cá de Casa é uma iniciativa da DDLX e da Câmara Municipal de Setúbal – Divisão de Cultura, e conta com a colaboração da Culsete, Ler de Carreirinha e BlogOperatório.

Lanzarote em Lisboa

LanzaroteAjanelaDeSaramagoLisboa

Livro e exposição Lanzarote – A Janela de Saramago apresentados esta sexta-feira.

A 30 de maio, às 18:30, na sede do Camões-IP (Av. Liberdade, 270), será apresentado o livro Lanzarote – A Janela de Saramago, de João Francisco Vilhena e José Saramago, e inaugurada a exposição de fotografia com o mesmo nome. Esta sessão contará com a presença de Pedro San Ginés Gutiérrez, Presidente do Cabildo de Lanzarote, Catarina Vaz Pinto, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Ana Paula Laborinho, Presidente do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, e de Pilar del Río, Presidente da Fundação José Saramago.

«Um súbito pensamento: será Lanzarote, nesta altura da vida, a Azinhaga recuperada?», questionava José Saramago nos seus Cadernos de Lanzarote. Em 1992, o escritor decidia mudar-se com Pilar del Río para essa ilha das Canárias, um local rodeado por vulcões onde encontrou a tranquilidade que procurava e onde ergueu a sua Casa e a sua Biblioteca. Há quinze anos, após o anúncio a atribuição do Prémio Nobel, recebeu o fotógrafo João Francisco Vilhena para um passeio de que resultariam fotografias surpreendentes, expostas em dezembro desse ano em Estocolmo, e agora reunidas no livro Lanzarote – A Janela de Saramago, que a Porto Editora publicou há poucos dias. Neste livro, as fotografias jogam em harmonia com os textos de José Saramago, presentes nos Cadernos de Lanzarote, sobre a terra, a paisagem, a vida: reflexões do Nobel português sobre os temas que o marcavam. Uma combinação que resulta num livro único.

Festival Literário de Chambéry

affiche_ED27A Cristina Drios está de malas aviadas para participar na 27.ª edição do Festival do Primeiro Romance de Chambéry, depois de o romance «Os Olhos de Tirésias» ter sido o vencedor da selecção portuguesa, feita pelos grupos de leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras. É com muito orgulho e emoção que os restantes marujos do Colectivo NAU dizem “bon voyage, Cristina!” E ficamos todos à espera do relato dessa merecida e certamente inesquecível experiência.

Saiba mais sobre o Cole©tivo NAU.

A Cristina Drios nasceu em Lisboa, em Maio de 1969, e vive em Lisboa.

perfil_cristina-drios2E entre Lisboa e Lisboa, a Índia do seu primeiro livro (de contos), a Birmânia, o Japão, o Camboja, o Senegal, Marrocos, Chile, a Guatemala, a Nicarágua e mais as serras para os lados da Lousã.

Fez liceu francês, licenciada em direito, exerce há vários anos na área da Propriedade Intelectual.

Fotógrafa amadora, viajante e leitora compulsiva, diz do tédio ser a mais incurável das doenças, e não sei se acredito no tédio dos seus dias, apenas na inevitável rotina.

Mais aqui no Das Culturas.

Edward Snowden – Sem Esconderijo

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O dia-a-dia de Edward Snowden após as revelações bombásticas que o obrigaram a esconder-se das autoridades norte-americanas.

Uma semana após a publicação internacional, chega a Portugal Sem Esconderijo, um novo olhar sobre o escândalo de vigilância da NSA, do repórter que trouxe a história a público.

O jornalista de investigação do The Guardian e autor best-seller Glenn Greenwald fornece um olhar aprofundado sobre o escândalo NSA, que provocou um debate nos EUA sobre a segurança e a privacidade das informações nacionais. Com novas revelações contidas nos documentos confiados a Glenn Greenwald pelo próprio Edward Snowden, este livro explora a extraordinária cooperação entre a indústria privada e a NSA, e as inumeráveis consequências do programa de vigilância do Governo norte-americano, tanto a nível nacional como mundial.

Leia aqui uma entrevista com o autor.
Leia aqui a recensão.

As Leis da Fronteira

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As Leis da Fronteira confirma Javier Cercas como uma das figuras indispensáveis da narrativa contemporânea.

No próximo dia 23 de maio chega às livrarias nacionais o mais recente livro de Javier Cercas, um dos mais conceituados autores espanhóis da atualidade. As Leis da Fronteira é uma impetuosa história de amor e desamor, de enganos e violência, de lealdades e traições, de enigmas por resolver e de vinganças inesperadas.

No verão de 1978, com Espanha a sair ainda do franquismo e sem ter entrado definitivamente na democracia, quando as fronteiras sociais e morais parecem mais porosas do que nunca, um adolescente chamado Ignacio Cañas conhece por acaso Zarco e Tere, dois delinquentes da sua idade, e esse encontro mudará para sempre a sua vida. Trinta anos mais tarde, um escritor recebe o encargo de escrever um livro sobre Zarco, transformado nessa altura num mito da delinquência juvenil da Transição. O que acaba por encontrar não é a verdade concreta de Zarco, mas uma verdade imprevista e universal, que nos diz respeito a todos.

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Austeridade, Democracia e Autoritarismo

Austeridade, Democracia e Autoritarismo - capa final pantones

Entre a austeridade e o autoritarismo que papel fica reservado à democracia na busca de soluções para a saída da crise?

A presente obra de André Freire tem como temas principais as crises financeira, económica e político-democrática que Portugal tem vindo a experimentar (e a sofrer) ao longo dos últimos anos. Lateralmente, encontram-se nela também não poucos elementos para uma análise das reformas político-institucionais de que o país carece para ultrapassar os bloqueios do seu sistema político e para viabilizar ou facilitar a sua governabilidade, bem como para uma possível interpretação da chamada «crise das esquerdas».

O lançamento do livro terá lugar no Auditório da Câmara Municipal de Lisboa, Praça do Município, no próximo dia 3 pelas 18:30. A apresentação estará a cargos dos historiadores Irene Pimentel e Pacheco Pereira.

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O Pecado de Porto Negro, de Norbeto Morais

O Pecado de Porto NegroEm Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, toda a gente conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero –a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe; a de um foragido da justiça que vive um amor escondido para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a dona do Chalé l’Amour, a mais afamada casa de meninas da cidade; ou a de Chalila Boé, um mulato adamado que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura do amor.

Retrato de Rapaz, de Mário Cláudio

Retrato de RapazFarto do descaminho de Giacomo, o pai vem deixá-lo ao estúdio de banho tomado, mas ainda com andrajos e piolhos, para que o artista que exuma cadáveres e constrói máquinas voadoras o endireite e faça dele seu criado. A beleza do rapaz impressiona Leonardo, que logo pensa nele para um anjo, concluindo porém que lhe assentam melhor corninhos de diabrete, e assim o rebaptizando como Salai. Serão, de resto, os pecadilhos do rapaz que o farão cair nas boas graças do amo e o elevarão à categoria de aprendiz sem engenho mas com descaramento para emitir opiniões, borrar a pintura, traficar pigmentos e até surripiar desenhos. E, num jogo de pequenas traições mútuas, vai-se criando entre Salai e o pintor uma cumplicidade que os aproximará como se fossem pai e filho.

Retrato de Rapaz é uma novela fulgurante sobre a relação entre mestre e discípulo, nem sempre isenta de drama e decepção, e sobre a criatividade de um artista genial em tudo, mesmo na gestão dos seus afectos.

Citando Donald Ray Pollock

78487_pollock_donald_rayApesar de nunca ter falado no assunto, também tinha pensado muito na empregada do White Cow. Até passara por lá uma vez e pedira um batido de leite, só para ver como ela era. Preferia que Lee nunca lhe tivesse dito nada. O que mais a perturbava era a rapariga ser tão parecida com ela antes de Carl ter entrado na sua vida: nervosa, tímida e desejosa de agradar. Depois, há umas noites quando estava a servir um copo a um homem que a fodera de graça, não conseguiu deixar de reparar que ele agora nem sequer olhava para ela. Quando o viu sair do bar algum tempo depois com uma lambisgoia com uma grande dentuça e um casaco de pele falso, lembrou-se de que Carl andava à procura de uma substituta para ela. Custava-lhe pensar que tinha desistido dela, mas por que é que ele havia de ser diferente de todos os outros sacanas que tinha conhecido? Esperava estar enganada, mas talvez não fosse má ideia de todo andar com uma arma.

Sempre o Diabo, de Donald Ray Pollock, Quetzal.

Leia a recensão no Acrítico – leituras dispersas.

10 anos de Naifa

A Naifa celebrou os seus 10 anos de existência com um concerto no Tivoli. Eduardo Pitta esteve presente, estas são as suas palavras:

A Naifa fez 10 anos. Como o tempo passa. Ontem, no concerto do Tivoli que celebrou a data, uma sala cheia vibrou com dezoito canções, uma delas «Rapaz a Arder», a partir do meu poema. Mas foi com duas canções míticas de Ary dos Santos, «Tourada» e «Desfolhada», que a sala (cheia de caras conhecidas) veio abaixo. Parabéns à Mitó Mendes, ao Luís Varatojo, à Sandra Baptista e ao Samuel Palitos.
(Eduardo Pitta, no facebook)

Quatro Cantos do Mundo

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QUATRO CANTOS DO MUNDO é o mais recente livro de Cristina Carvalho, a sair brevemente.

Uma homenagem a quatro dos principais e históricos cientistas e exploradores deste planeta Terra:

Roald Amundsen – A história “Vidas Brancas”

Jacques-Yves Cousteau – A história “Viajando sob o Azul Intenso das Águas”

David Livingstone – A história “A Noite é o Lugar mais Tranquilo do Mundo”

David Attenbourough – A história “Casa Verde”

Publicado por Planeta Manuscrito com ilustrações de Manuel San-Payo.

Contos Vagabundos

A Porto Editora publica Contos Vagabundos, de Mário de Carvalho, uma compilação de contos de diversas origens, perspetivas e estilos, onde o realismo do dia a dia se cruza com o mundo da fantasia e do absurdo, pleno de ironia e sátira.

Esta nova edição inclui uma parte dos contos anteriormente publicados no Nas palavras de Urbano Tavares Rodrigues, «Mário de Carvalho escreve um português de matriz clássica, em que por vezes o vernáculo está ao serviço da ironia ou mesmo de efeitos desabaladamente cómicos. Tal sucede em muitos destes contos, que são ou pequenas maravilhas de non sens ou alucinantes relatos de hiper-realismo alentejano».

Este livro está inserido no Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário, como sugestão de leitura.

777 Frases de Fernando Pessoa

77 frasesComo Viver (ou não) em 777 Frases de Fernando Pessoa, Fernando Pessoa / Richard Zenith (organização)

Não ensines nada, pois ainda tens tudo que aprender.

Quando puderes dizer o teu grande amor, deixa o teu grande amor de ser grande.

O coração, se pudesse pensar, pararia.

Um livro de autoajuda de um dos maiores autores de Língua Portuguesa de todos os tempos. Disposto em 7 secções temáticas, precedidas por 7 frases preparatórias e sucedidas por uma conclusão em 7 frases, este é um extraordinário conjunto de reflexões e conselhos úteis para lidarmos com o misterioso e nem sempre cómodo facto de existirmos.

Todos os grandes temas tratados em pequenos trechos de uma imensa genialidade. Para ler de rajada, ou como um oráculo ou um Livro de Horas.

Escolha, organização e notas de um dos mais notáveis pessoanos do nosso tempo, galardoado em 2013 com o Prémio Pessoa.

 

Através da Chuva, de Miguel Gullander

Através da ChuvaTendo perdido a maior parte do seu tempo de vida encarcerado num estranho coma, o senhor Svart desperta em Estocolmo com um único objectivo: ver uma palanca negra gigante no coração de Angola. Por coincidência, uma ONG contrata-o como consultor de um projecto de desenvolvimento rural. Encontrar a palanca negra gigante é uma das propostas. Partindo para África, o criptozoólogo sueco confronta-se com o seu passado não resolvido e a suspeita de que as coordenadas da realidade estão alteradas. Amores abandonados, convicções traídas e um arqui-inimigo dos tempos revolucionários reaparecem-lhe durante a viagem. Na sufocante circularidade da sua busca e fuga, o senhor Svart descobre que talvez ainda não tenha despertado do pesadelo.

Lisboa convida – Restaurante Fidalgo

O sítio Lisboa Convida Brasil, guia das melhores compras em Lisboa, recomenda o restaurante Fidalgo.

De portas abertas desde 1971, este restaurante pequeno e familiar é um valor seguríssimo para quem procura boa comida portuguesa. Pratos tradicionais bem confeccionados e bom ambiente numa sala recentemente renovada. O Sr. Eugénio é a alma da casa e acolhe os clientes com brio e profissionalismo. Frequentado por jornalistas, intelectuais e artistas que não saem sem deixar um rabisco na toalha de mesa.

Este restaurante fica situado no Bairro Alto, não muito longe da saída do Metro do Chiado e da Praça de Camões.

Saiba mais aqui.

Cole©tivo Nau – novos autores unidos

Teorema_9789724746289_os_olhos_de_tiresias-miniA paixão pela literatura a unir oito novos autores portugueses. São o Cole©tivo NAU – Novos Autores Unidos.

o Cole©tivo NAU tem por objetivo principal defender a valorização dos novos autores portugueses e a promoção geral da literatura escrita em língua portuguesa. Este projeto assume-se como parceiro de livreiros, editoras, blogues literários, comunidades de leitores, e demais entidades e indivíduos que apreciem e apoiem os novos autores portugueses.

O Cole©tivo NAU terá uma tripulação máxima de 12 marujos; cada autor ocupará o cargo de timoneiro durante um mês, período em que a sua obra será destacada pelo Cole©tivo.
Quando um marujo do Cole©tivo NAU publicar o seu quarto romance transitará automaticamente para um posto honorário, cedendo a sua vaga efetiva a um novo autor.

Cristina Drios apresenta o seu Os Olhos de Tirésias como primeiro timoneiro deste projeto.

Conheça o projeto aqui.

Quando fores mãe, vais ver

Quando fores maeNo primeiro domingo de maio celebra-se o Dia da Mãe e, como nascemos sem o respetivo manual de instruções, aqui deixo uma sugestão para este dia. Uma leitura indispensável a todas as mães e a todos os filhos. Quando fores mãe, vais ver é um livro de Ana Saragoça, editado pela Planeta.

O Das Culturas falou com a autora.

– Como surgiu a ideia deste livro?
A ‘mãe’ da ideia foi a Ana Maria Pereirinha, editora da Planeta Manuscrito, que pretendia um livro bem humorado sobre as ‘mães à portuguesa’ e os ditos comuns a grande parte delas. Depois de ter visto A Mãe da Noiva, uma micropeça que escrevi para o Teatro Rápido, achou que eu era a pessoa certa para elaborar o conceito. Como alentejana e filha de alentejana, pareceu-me bem enriquecê-lo com um capítulo de ditos usados na minha família há gerações.

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É a Guerra


guerraÉ a Guerra
, Aquilino Ribeiro

Prefácio de Mário Cláudio

No ano em que se assinala o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, a Bertrand Editora reedita É a Guerra, o diário de Aquilino Ribeiro, composto na fase inicial do conflito, em Paris, onde o autor então residia.

Um retrato pessoal e íntimo de Aquilino Ribeiro sobre um dos mais importantes acontecimentos da História mundial recente, com a qual a Bertrand dá continuidade à publicação das obras do grande escritor português. O livro integra também um conjunto de edições através do qual a Bertrand revisita a Primeira Guerra Mundial e o contexto em que a mesma se desenrolou.

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Exposição, de Jonathan Coe

Exposição

Em 1958, vive-se na Europa um clima de optimismo e modernidade. Em Bruxelas, prepara-se a maior exposição mundial do século XX, uma oportunidade histórica para unir todas as nações no pós-guerra. O governo inglês debate-se com a imagem que quer projectar do país. Um desnorte que talvez explique a decisão de enviar Thomas para a Bélgica. A sua missão: assegurar o bom funcionamento do pavilhão britânico.

Mal chega, o ingénuo Thomas pensa ter aterrado de cabeça num admirável mundo novo. Em Londres, a sua vida é convencional. Em Bruxelas, longe da família e do escritório soturno, rodeado de mulheres atraentes e disponíveis, sente-se livre pela primeira vez. Mas a Guerra Fria está ao rubro, o pavilhão ganhou uma alarmante vida própria e há dois homens de gabardina e chapéu constantemente no seu caminho.

 

Amar Numa Língua Estrangeira, de Andrea Jeftanovic

Amar Numa Língua Estrangeira

Alex e Sara conhecem-se num avião. Falam línguas diferentes, ex­cepto quando se beijam – e acabam por beijar-se na sala de trans­ferências do aeroporto antes de rumarem a destinos opostos. Sabem ao chegar a casa que, enquanto iam no ar, houve um terrível atentado. Telefonam-se. Escrevem-se. Exilam-se do mundo real sentados ao computador e vivem uma paixão tecnológica e sensual que resiste ao tempo e aos contratempos: desde logo, a língua es­trangeira, que os torna mais vulneráveis do que a língua do beijo; mas também a subida do preço do petróleo, o choque inevitável de culturas que gera paranóia e solidão e, por fim, a notícia devastado­ra de um tumor nas radiografias de Alex.

O mapa deste amor é uma geografia humana, porque tratar de um doente é sempre um acto de solidariedade e compaixão, mas também desumana, porque cada viagem de reencontro coincide com mais um atentado e o terror acaba por invadir a intimidade dos amantes.

Setúbal sob a Ditadura Militar

Ditadura_Setubal

Uma das medidas seguidas pela Ditadura para combater o défice é a diminuição dos salários. Dia a dia os trabalhadores vão perdendo direitos conquistados. Há uma ambiência de pobreza extrema sendo que as autoridades locais chegaram a “deportar” para as terras de origem dezenas de famílias que viviam em Setúbal e que não tinham emprego pagando-lhes o bilhete de comboio.

Setúbal sob a Ditadura Militar (1926-1933) é o mais recente livro do historiador Albérico Afonso Costa. O retrato de uma cidade no período que mediou o fim da primeira República e o início do Estado Novo.

O autor aceitou responder a algumas questões colocadas pelo Das Culturas.

Setúbal sob a ditadura militar é um livro de resistência?

A investigação histórica deve tentar sempre libertar-se das duas visões dicotómicas que normalmente se colocam ao historiador: a condenação de determinado período histórico, ou a sua defesa. Essas opções são quase sempre limitadas e pobres. Nesse sentido este não é um livro de resistência. Contudo, ao pretender devolver a memória aos setubalenses, ao pretender que a cidade de Setúbal se reencontre com o seu passado, podemos, nessa vertente, encarar este livro como um livro de resistência. Resistência contra o silêncio e contra o esquecimento.

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O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa

O Leopardo

A Dom Quixote orgulha-se de publicar a edição definitiva deste romance brilhante e intemporal, com prefácio e notas de Gioacchino Lanza Tomasi, filho adotivo de Lampedusa, que nos conta a história da primeira publicação e das várias edições que se seguiram. Revela-nos também passagens que foram omitidas pelos editores italia­nos iniciais.

Romance histórico situado na segunda metade do século xix, O Leopardo conta a fascinante história de uma aristocracia siciliana decadente e moribunda, ameaçada pela aproximação da revolução e da democracia. O enredo dramático e a riqueza dos comentários, o contínuo entrelaçar de mundos públicos e privados e, sobretudo, a compreensão da fragi­lidade humana impregnam O Leopardo de uma particular beleza melancólica e de um raro poder lírico, fazendo dele uma das obras-primas da literatura.

As Melhores Histórias do Futebol Mundial

As Melhores Histórias do Futebol Mundial

Pode não parecer, mas este é um livro de viagens: viaja de Helenio Herrera a Balotelli e de Lineker a Jorge Jesus. Viaja de uma ponta à outra. Perde-se, descobre-se e anda às voltas: sem outro critério que não seja encontrar os craques do futebol, ficar à conversa e sorrir com eles. Sobretudo isso, sorrir com eles.

O encontro começa sempre da mesma forma. Uma frase engraça­da. A partir daí a conversa cruza-se com os golos inesquecíveis e as memórias felizes. Para terminar outra vez nas frases que nos devolvem o sorriso dos domingos de futebol antigos. Porque o futebol também consegue ser divertido para além dos grandes golos, dos grandes jogos e dos fatos que Messi leva às galas da FIFA.

Arte disruptiva – novos conceitos


A arte perfomativa rompe com os conceitos tradicionais do processo criativo, despertando novas consciências e rompendo tabus. A artista suiça Miló Moiré “dá à luz”, numa invulgar atuação ao vivo, uma pintura, expelindo do seu corpo ovos de tinta sobre uma tela. Posteriormente, a tela é dobrada ao meio e calcada pela artista, produzindo uma imagem simétrica do tipo das manchas de Rorschach.

 

Num outro género, igualmente ousado, a artista britância Millie Brown executa a sua arte perfomativa vomitando um arco-íris de leite colorido sobre o corpo da artista Lady Gaga durante a atuação desta cantora.

O corpo dessacralizado transformado em suporte primário da obra de arte.

Ana Borralho e João Galante, são as presenças portuguesas neste tipo de arte. As suas criações não deixam de ser recebidas com grande expetativa e alguma surpresa.

 

Militares e Política – Muito Cá de Casa

OS MILITARES E A REVOLTA | Este livro conta como foi o envolvimento dos militares no movimento que resultou no derrube da ditadura. Está lá contado o motivo que levou à escolha de Grândola, Vila Morena como a senha de confirmação para o avanço das tropas. Luísa Tiago de Oliveira conta e organiza as histórias de quem esteve por perto. Dentro, mesmo. João Madeira vai apresentar a obra. Opinião de um historiador que sabe muito bem o que se passou. É já na próxima sexta-feira, dia em que se comemora o fim do regime simplesmente “autoritário”, como pretendem alguns. Ao contrário do que sugerem os arautos das inevitabilidades, é preciso não esquecer que houve tortura e morte violenta.
Apareçam.

José Teófilo Duarte, blogOperatório

Dia Internacional do Livro – III

No dia do Livro ,23/4, fazemos um “Ler no Chiado” extra. E por que estamos colados aos 40 anos da revolução, perguntamos: o livro ainda é uma arma?
Com escritores e editores: Alice Vieira, Guilhermina Gomes, Manuel Alberto Valente, Pedro Vieira, Teolinda Gersão.

Dia 23, às 18.30, na Bertrand do Chiado.
Moderadora: Anabela Mota Ribeiro

 

CoolBooks a nova editora digital

CoolBooksCoolbooks, uma chancela digital para editar novos autores.

Na véspera do Dia Mundial do Livro, o Grupo Porto Editora avança com novo projeto editorial na descoberta de novos autores de língua portuguesa e com o futuro no horizonte.

O Grupo Porto Editora passa a ter no seu portefólio uma nova chancela: a Coolbooks (www.coolbooks.pt), criada com o objetivo de dar a conhecer novos autores de língua portuguesa e editando, em exclusivo, em suporte digital.

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Homenagem a Hitchcock.

An animated tribute to the films of Alfred Hitchcock, featuring nods to “The Man Who Knew Too Much (1956),” “The 39 Steps,” “Vertigo,” “The Birds,” “North by Northwest,” “Strangers on a Train,” “Rear Window,” and “Psycho.”

Music Credits:
“North by Northwest (Prelude)” by Bernard Herman
“Funeral March of a Marionette” by Charles Gounod

Mais sobre Tim Luecke.

 

Paredes que falam

PAREDES QUE FALAM | A democracia permitiu-nos comunicar. Há quem fale em exageros. Como se a gente falar uns com os outros, sem tolhimentos, seja atropelo. O regime cinzento e triste que durante quarenta e oito anos reprimiu e agrediu gente com vontade de ter voz, já fedia.
A paisagem política estava podre. Era bisonho, o panorama cultural. Em democracia as paredes foram voz dos que guardavam surtidas paletas de cores para aplicar. Haviam pensamentos e sinais de revolta para ilustrar. As paredes foram as telas de gente que queria dizer por cores e palavras o que andou escondido durante muito tempo. Muito tempo mesmo. Estes murais estão longe das expressões tecnicamente mais competentes que hoje cobrem as paredes das cidades. Muitas de gosto bastante duvidoso. Eram expressões expontâneas que exprimiam vontades colectivas. Sem necessidade de exibições pessoais. Hoje, sábado, Manuel Augusto Araujo vai mostrar imagens que coloriram as paredes portuguesas. E eu vou conversar com ele. Coisas Muito cá de casa na Casa Da Cultura. Vamos estar por lá a partir das dez da noite. É sempre bom trocarmos ideias. Sobre este e muitos outros assuntos. É bom vivermos em liberdade.

José Teófilo Duarte
www.blogoperatorio.blogspot.com

 

Citando Miguel Real

Sebastianismo

Assim, ser sebastianista hoje significa ter plena consciência de que em Portugal só se atinge um patamar próspero de vida se algo (uma instituição) ou alguém dotado de elemento carismático nos prestar um auxílio que nos retire, por meios extraordinários, do embrutecimento e empobrecimento da vida quotidiana: a subserviência rastejante ao Partido, a cunha do “Senhor Doutor», a crença no resultado do totoloto ou do euromilhões, a promessa a Nossa Senhora de Fátima ou santo congénere… Esse algo ou alguém, quando negado em Portugal, impele à emigração, forçando o português a buscar no estrangeiro o que, devido às políticas de autofavorecimento das elites, lhe é negado na sua terra natal.

Nova Teoria do Sebastianismo, de Miguel Real.

mais sobre o livro na D. Quixote.

Prémios Novos – As Primeiras Coisas

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Bruno Vieira Amaral, com o seu romance estreia As Primeiras Coisas, vence a segunda edição dos Prémios Novos. Este evento criado por Fernando Alvim tem por objetivo premiar talentos portugueses com menos de 35 anos, reconhecendo o seu protagonismo, atividade e mérito em diferentes áreas da cultura, ciência ou sociedade.

BVA_NPAs primeiras coisas são a memória de um tempo e de um bairro e das vidas que nele aconteceram. A força da escrita de Bruno Vieira Amaral confere-lhes uma autenticidade que cresce para além das páginas deste romance. Este prémio junta-se ao Livro do Ano atribuído pela revista Time Out Lisboa.

Leia a recensão completa no Acrítico, leituras dispersas.

A segunda edição dos Prémios Novos conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e com o patrocínio oficial da Licor Beirão.

As Aventuras de Ngunga, de Pepetela

As Aventuras de Ngunga

Escrito em 1972, numa época em que Angola vivia ainda sob o jugo colonial, esta é a história de um jovem guerrilheiro do MPLA, de carácter determinado e recto, que se faz homem aprendendo a pensar pela própria cabeça. Uma história pungente e terna que não deixará nenhum leitor indiferente.

Escreve o autor a dada altura: “Se Ngunga está em todos nós, que esperamos então para o fazer crescer? Como as árvores, como o massango e o milho, ele crescerá dentro de nós se o regarmos. Não com água do rio, mas com acções. Não com água do rio, mas com a que Uassamba em sonhos oferecia a Ngunga: a ternura.

Citando Maria Teresa Horta

Azul Claro, é a cor mote que coube a Maria Teresa Horta nesta coletânea Do Branco ao Negro.

Quando se deita pela primeira vez com um homem, Raquel usa uma liga azul-clara, cor de um céu esvaído…

1977327_10201842620851645_5609680712669485005_nCompõe o corpo, sente prazer nisso, enquanto, centrada em si própria, tudo imagina. É ela a teia que atrapa. O seu corpo é um caminho, o trajeto mais curto, por onde eles descerão os lábios, a quererem ir matar a sede no poço sombrio do seu corpo candente e febril… Assume então a condição da arte do voo e a teia é a sua constelação.

Comia aranhas quando era menina, macilenta e dúctil, olhos azul do céu sumido no extravio da salvação, criança de suspeição e agrura sem alimentos de quase nada. Raquel, esculpindo a si mesma, enquanto personagem. Sabe que a loucura das mulheres sempre assustou os homens, não lhe é estranha a velocidade da aranha. O percurso mais curto de regresso a casa, a teia que nunca foi liberdade.

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Cristina Carvalho na Alemanha

Numa iniciativa promovida pelo Instituto Camões e a exemplo de algumas06_6 visitas que já efetuou noutras Universidades da Europa, a escritora Cristina Carvalho estará em Berlim, Hamburgo e Leipzig, na Alemanha, entre os dias 5 e 9 de Maio, para um encontro com alunos de escolas e universidades.

Ao Das Culturas afirmou:

“O meu contacto com alunos estrangeiros é tão reconfortante como as conversas que tenho com alunos portugueses. Todos querem saber, todos interrogam. E fazem o mesmo tipo de perguntas que me são feitas aqui em Portugal, “como é ser escritora”, “como aparecem as ideias para escrever um livro”, “o que gosta mais de escrever”, “descreva-nos o seu dia a dia enquanto escritora a tempo inteiro”, etc, etc, ou seja, a curiosidade é universal. Da minha parte, enquanto surgirem os convites e sempre que eu possa, lá estarei, aqui, ali, mais longe, mais perto, mas sempre com orgulho e esperança de poder ser útil a todos os que me procuram.”

Cristina Carvalho, Abril 2014

KingsKings College, Londres, Março de 2013

Conheça alguns dos títulos da autora no Acrítico – leituras dispersas.

Mas é Bonito, de Geoff Dyer

«O único livro sobre jazz que alguma vez recomendei aos meus amigos. Uma pequena joia.» Keith Jarrett

A partir do modo como ouve a música de Charles Mingus, Thelonious Monk, Bud Powell, Art Pepper, Chet Baker, entre outros, e a partir de uma série de fotografias de músicos e formações, Geoff Dyer improvisa e ficciona oito variações como se fossem, cada uma delas mas também em conjunto, um romance.

Cético quanto à validade das contribuições da crítica musical para o desenvolvimento do jazz, Geoff Dyer resolveu «inventar» um género que servisse de porta de entrada a este universo em que não é possível destrinçar a obra artística da vida de quem a criou: um registo fluido entre a ficção e biografia, entre a crítica e o relato impressionista. Partindo de factos, de entrevistas e de fotografias, Dyer improvisa e cria, não como um escritor, mas como um músico de jazz, como alguém que sucumbiu à magia desta forma espontânea.

ANDRÉ CARRILHO na Casa da Cultura de Setúbal

ANDRÉ CARRILHO TAMBÉM JÁ É CÁ DA CASA | Trabalha, desde 1992, como ilustrador, designer, animador e caricaturista, colaborando com prestigiadas publicações portuguesas e estrangeiras.

Trabalhos seus já foram expostos nas mais exigentes salas do planeta. Portugal, Espanha, Brasil, França, República Checa e EUA receberam a visita dos seus desenhos.
Recebeu vários prémios nacionais e internacionais.

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Os Burgueses – Francisco Louçã

Os Burgueses

Francisco Louçã, Jorge Costa e João Teixeira Lopes

Quem São. Como Vivem. Como Mandam.

No seguimento de Os Donos de Portugal e Os Donos Angolanos de Portugal, Os Burgueses oferece-nos a caracterização de alguns dos elementos mais marcantes para a hereditariedade da vida da burguesia portuguesa no séc. XX e nos nossos dias, tocando em pontos como o consumo, a educação ou as escolas e explorando a mecânica da pertença e da transmissão da condição de burguês.

Um retrato direto, concreto e muitíssimo bem fundamentado da classe detentora do poder e da influência em Portugal do século XXI.

No portal www.osburgueses.net estão disponíveis documentos, elementos gráficos, bases de dados, resumos dos capítulos e outros materiais deste estudo.